O movimento é uma das características mais
comuns da vida animal. Muitas células são capazes de executar algum tipo de
movimento, mas, existem certas células especializadas na locomoção de partes
do corpo ou do animal inteiro. Os movimentos respiratórios, os movimentos do
coração e muitas outras formas de movimentação são necessárias para manter a
homeostase e a sobrevivência, e são produzidos pela contração de células
musculares.
Os músculos são os órgãos
ativos do movimento. Eles são dotados da capacidade de contração e relaxamento
e, em conseqüência, transmitem os seus movimentos aos ossos sobre os quais se
inserem, e formam o sistema passivo do aparelho locomotor.
O
tecido muscular é de origem mesodérmica, representado por um tipo de célula
com forma alongada. Essas células são altamente especializadas e, têm como
função primordial a sua contração. Costumam ser chamadas de fibras musculares ou miócitos,
devido seu comprimento ser muito maior que sua largura (fig.1). No entanto,
devemos lembrar que se trata de uma célula
viva, completa, porém diferente das fibras conjuntivas que são apenas
filamentos proteicos.
A propriedade fundamental das fibras
musculares é a contração, um encurtamento que proporciona os movimentos
corporais.
Conjuntos
de fibras agrupadas em feixes formam os músculos,
que são os principais responsáveis pela movimentação do organismo. Isto porque,
ao receberem um estímulo nervoso, eles reagem prontamente efetuando a contração muscular.
Por
se tratar de um tecido com células altamente especializadas para uma única
função, é comum usar-se uma nomenclatura particular para designar as suas
várias estruturas. Temos assim:
Em uma fibra
muscular (célula muscular), como em qualquer célula, a análise química do
protoplasma mostra uma predominância de proteínas estruturais. As duas
proteínas responsáveis pela contração são a actina e amiosina. Há
também, quantidades significativas de uma proteína de ligação com o oxigênio, a mioglobina que possui propriedades semelhantes à
hemoglobina (parece funcionar como uma reserva de oxigênio). Ela dá a cor
avermelhada ao músculo.
Duas
são as substâncias musculares energeticamente importantes: ATP e fosfocreatina.
Também encontramos glicose e glicogênio e, garantindo a grande atividade
metabólica do músculo, há inúmeras enzimas, íons de cálcio e fosfato livres.
O
processo de contração tem sido aproveitado pelo organismo para efetuar várias
formas de movimento e outras atividades para a sua sobrevivência. Algumas
destas atividades dependem de contrações rápidas de curta duração; outras
dependem de contrações de longa duração, sem necessidade de ações rápidas,
enquanto outras, ainda, dependem de contrações poderosas e rítmicas que se
devem repetir em sequências rápidas. Estas várias necessidades são englobadas
por três tipos de músculo: esquelético,
liso e cardíaco. Cada um deles possui
um tipo de fibra muscular: As fibras
estriadas ou esqueléticas formam os músculos esqueléticos,
responsáveis pelos movimentos voluntários; as fibras
cardíacas formam a
musculatura do coração, responsável pelos batimentos cardíacos; e as fibras lisas formam os músculos lisos, responsáveis
pelos movimentos involuntários, como os movimentos peristálticos do aparelho
digestivo (GARTNER & HIAT, 2002).
Cada músculo como um todo,
é recoberto por uma membrana de tecido conjuntivo denso, chamado Epimísio. O músculo é
subdividido em pequenos feixes de fibras ou células musculares envolvidos pelo Perimísio. O Endomísio é a película que envolve cada fibra
(célula muscular) veja figura 2.
Segundo GARTNER & HIAT (2002), as
semelhanças entre esses três tipos de tecido muscular é evidente: São todos derivados do mesoderma e se alongam paralelamente ao
seu eixo de contração; eles possuem numerosas
mitocôndrias para atender ao
seu alto gasto de energia e todos contêm elementos
contráteis conhecidos
como miofilamentos, na forma de actina e miosina, bem como proteínas contráteis
associadas. Apesar disso, os três tipos de fibras musculares possuem
características bem definidas:
- fibras lisas: são células
simples, sem estrias.
- fibras estriadas: são
sincícios, pois apresentam vários núcleos em uma massa citoplasmática comum a
todos, sem a separação por membranas (fig. 3).
- fibras musculares cardíacas: quando observadas ao microscópio, é
possível observar nessas fibras, alguns traços como discos intercalares, que
são, na verdade, as finas membranas celulares transversais que limitam as células
vizinhas. O conjunto das células musculares cardíacas apresenta-se com aspecto
ramificado, interligado (fig. 3).
Apenas uma única fibra muscular pode ser contida
por até 80% de miofibrilas. Cada fibra muscular pode conter dezenas e até
centenas de milhares de miofibrilas. As miofibrilas são constituídas por
miofilamentos de dois tipos: miofilamentos grossos ou Miosina, que por sua vez
é subdividida em meromiosina leve e meromiosina pesada, e os miofilamentos
finos são denominados Actina.
Músculo Esquelético, estriado ou voluntário:
O
músculo esquelético constitui o tecido mais abundante do organismo e representa
de 40 a 45% do peso corporal total e se encontram unidos aos ossos do corpo.
Sua contração é brusca e origina os movimentos das distintas partes do
esqueleto. A atividade do músculo esquelético está sob o controle do sistema
nervoso central, isto é, estão sob controle voluntário e podemos comandá-los, fazendo-os
trabalhar sempre que quisermos. Os movimentos que produz se relacionam
principalmente com interações entre o organismo e o meio externo. Os músculos
esqueléticos são chamados de estriado porque suas células aparecem
estriadas ou raiadas ao microscópio, igual ao músculo cardíaco.
fibra muscular estriada ESQUELÉTICA:
O
músculo esquelético consiste de feixes de células
(fibras) musculares esqueléticos extremamente longos, apesar da sua espessura
muito fina. Cada uma tem forma aproximada de um cilindro fibroso comprido, com
diâmetro que varia entre 0,001 e 0,1 mm, e apresenta um comprimento de até 40
mm, possuindo numerosos núcleos alongados, localizados na periferia da célula,
logo abaixo do sarcolema.
Quanto
ao aspecto microscópico, as fibras musculares estriadas esqueléticas
apresentam as seguintes características:
-
numerosos núcleos, sempre periféricos e dispostos de espaço a espaço ao longo
da fibra;
-
apresentam estrias transversais no seu citoplasma, o que justifica o nome que
lhes foi dado (estriada);
-
suas contrações são rápidas e voluntárias, ou seja, é dependente de nossa
vontade;
-
têm a capacidade de se hiperirofiar (aumentar de tamanho) quando submetidas a
exercícios forçados e de se atrofiar (diminuir de tamanho) quando não são
solicitadas por muito tempo. Entretanto, são células permanentes, já que não se
reproduzem depois de concluído o desenvolvimento embrionário.
A
célula ou fibra muscular cortadas longitudinalmente apresentam
elementos contráteis intracelulares, que são as miofibrilas, dispostas
paralelamente.
Cada fibra muscular (célula muscular) é composta por
milhares de miofibrilas arrumadas lado alado em paralelo.
A
dissociação dessas miofibrilas revela que cada uma, por si só, é, também,
formada por um grande número de miofilamentos
protéicos de actina e de miosina (fig. 2).
OS MIOFILAMENTOS DE ACTINA
E MIOSINA:
A
capacidade de contração da fibra muscular deve-se, especificamente, à
propriedade de encurtamento das miofibrilas, que o fazem por meio do
deslizamento da proteína actina sobre a proteína miosina.
Os
filamentos de actina e miosina se dispõem organizadamente como
filamentos longos, paralelos, esticados no sentido do maior eixo da fibra,
porém com tal arrumação que os miofilamentos de actina, que são finos, ficam em
certa extensão intercalados com os miofilamentos de miosina, que são grossos.
Assim, quando vistos com grande aumento, observam-se trechos mais escuros
relacionados a esses trechos (apresentam maior densidade óptica).
Nos
trechos em que encontramos apenas os miofilamentos de actina, não acompanhados
paralelamente por miofilamentos de miosina,
a densidade óptica é menor, apresentando-se mais claros. Esse fato ocorrendo
com todas as miofibrilas num perfeito paralelismo determina que, em conjunto,
toda a fibra muscular estriada exiba uma sucessão de discos escuros e discos
claros, daí serem chamados de músculos estriados.
Fig. 3 –Fotomicrografia eletrônica da ultra estrutura da miofibrila da fibra muscular esquelética (modificado de GARTNER & HIATT, 2002). |
A organização das miofibrilas produz
um efeito de estriações transversais (figura acima), com faixas claras e
escuras alternadas, atravessando cada célula muscular esquelética. As faixas
escuras são as bandas A,
formados pelos filamentos mais grossos de miosina. As faixas ou bandas
A são cortadas por uma zona clara chamada zona H. As faixas
claras são as bandas I,
formadas pelos filamentos de actina, que são
mais finos. Cada banda I é cortada ao meio por uma linha
delgada e escura, o disco ou linha Z.
Chamamos de sarcômero a região da miofibrila que se estende
de um disco Z a
outro disco Z (figs.
3 e 4). Podemos dizer que o sarcômero é a unidade de contração do músculo
esquelético.
A CONTRAÇÃO MUSCULAR:
No
mecanismo de contração muscular, os filamentos de actina deslizam entre os de miosina (fig. 65), de modo a se tocarem
medianamente, até desaparecer a zona
H. Com isso, as duas linhas
Z de um sarcômero se aproximam. A faixa A não se altera, e a faixa I fica muito estreita, quase
desaparecendo. Como resultado do deslizamento da actina sob a miosina , temos a diminuição do sarcômero e a contração muscular (fig. 5 ).
Fig. 5 - Esquema indicando a relação entre os filamentos de actina e miosina do músculo esquelético nos estágios de distensão (A), relaxamento (B) e contração (C). |
O mecanismo da contração muscular tem como
“comandante”, o sistema
nervoso central. É de lá que
parte a ordem motora para a contração do músculo. Essa “ordem” ‘e o impulso nervoso que chega até à fibra muscularpor meio de terminais axônicos das células nervosas (neurônios)
de algum nervo. Esses terminais axônicos penetram na fibra muscular,
constituindo a placa motora ou junção mioneural (junção
neuromuscular) (fig.
6).
O
impulso nervoso que chega à placa
motora condiciona a fibra muscular para a liberação de íons Ca2+ e Mg2+ . Esses íons precipitam todo um
mecanismo bioquímico de ativação enzimática ao fim do qual as moléculas de actina, que têm uma das extremidades
livre, deslizam por entre as moléculas de miosina,
como que se aproximando e procurando tocar as suas extremidades. Isso determina
a aproximação entre as duas linhas Z mais próximas e,
consequentemente, o encurtamento do sarcômero.
Quando
todos os sarcômeros se encurtam ao mesmo tempo, a miofibrila obrigatoriamente
também se encurta, encurtando a fibra muscular (célula inteira), levando a
contração da musculatura.
Na fibra muscular lisa também existem miofibrilas com
miofilamentos de actina e de miosina. Mas essas miofibrilas não se apresentam
tão bem arrumadas como na fibra estriada, de forma que não há paralelismo
entre os discos claros e escuros de uma miofibrila e os das outras que lhe
ficam vizinhos, por isso a ausência do estriamento transversal em tais células.
A Unidade motora ou unidade funcional:
Cada músculo tem seu próprio nervo motor. Chamamos de nervo
motor a um grupo de fibras nervosas (células nervosas) que entra em
determinado músculo. Cada fibra nervosa se divide em ramos terminais, chegando
cada ramo a uma fibra muscular.
Assim, a unidade motora é formada por um grupo de células musculares e
seu respectivo e único neurônio, que é o seu transmissor de impulsos nervosos.
Em um músculo encontramos muitas unidades motoras, respondendo de forma
graduada dependendo do número de unidades motoras que se ativem.
A contração muscular pode ser:
·
Contração Total: ocorre quando todas as fibras se encurtam;
·
Contração Parcial: ocorre quando nem todas as fibras se encurtam;
·
"Lei do Tudo ou Nada“: no qual uma fibra muscular contrai
totalmente, ou não contrai (ocorre na musculatura cardíaca).
“Exercícios e o Aumento da Musculatura Esquelética”.
Sabemos que exercícios físicos promovem o aumento da musculatura
esquelética. Mas o que aumenta: o número de células no músculo ou o volume das
células já existentes?
À atividade física estimula as células musculares esqueléticas já
existentes a produzirem novas miofibrilas, o que ocasiona aumento do volume da
célula e consequentemente do músculo.
No indivíduo adulto, as células da musculatura esquelética não se
dividem mais. No entanto, existem células especiais, chamadas satélites, que
são mononucleadas e pequenas e se localizam no conjuntivo que envolve os
miócitos (fibra muscular ou célula muscular). Em situações muito especiais,
quando o músculo é submetido a exercícios intensos, essas células podem se
multiplicar e algumas delas se fundir com as fibras musculares já existentes,
contribuindo também para o aumento do músculo. Às células satélites são
importantes nos processos de regeneração da musculatura esquelética quando
ocorrem lesões (retirado de: LOPES & ROSSO, 2006).
Temática: Tecido Muscular Cardíaco
Os miofilamentos do músculo esquelético e do cardíaco
são organizados de uma forma específica, no qual origina uma seqüência de
estrias uniformes, que se repete ao longo de seu comprimento (fig.1). Portanto,
o músculo cardíaco é também um músculo estriado, apesar de não possuir
movimentos voluntários.
Músculo cardíaco ou
miocárdio:
O
tecido muscular cardíaco é encontrado exclusivamente no coração, formando a
estrutura da parede desse órgão, chamada de miocárdio (do grego myos = músculo; kardia = coração).
As fibras do músculo cardíaco ou miocárdio se dispõem juntas formando uma rede
contínua e ramificada (fig.2), para que possam se contrair em massa e
rapidamente. Essa contração é rítmica (cerca de 60 a 80 vezes por minuto).
Apesar de estriado a contração é involuntária.
A FIBRA MUSCULAR ESTRIADA
CARDÍACA:
Esse
músculo é constituído por células alongadas e cilíndricas, que se ramificam e
se encaixam (se anastomosam) irregularmente, no qual uma dá continuidade à
outra (fig. 3). A célula muscular cardíaca (fibra muscular cardíaca),
geralmente só contém um núcleo (algumas vezes 2 núcleos), situado centralmente,
ao contrário da célula muscular esquelética, que contém muitos núcleos por
fibra, situado perifericamente.
Fig. 3 – Desenho esquemático de fibras estriadas cardíacas, mostrando que muitas células cardíacas são bifurcadas, ou seja, ramificam se. Observar a posição central dos núcleos. |
Nas extremidades destas fibras, onde se anastomosam com suas
vizinhas existe uma espécie de “encaixe”. Esses “encaixes” são vistos ao
microscópio, como linhas transversais (retas ou com aspecto em escada)
fortemente coráveis que aparecem em intervalos irregulares.
Os discos intercalares correspondem aos pontos de contato
(interdigitações) da extremidade de uma célula com a de outra. São junções
especializadas. Nesses discos encontram-se três especializações juncionais:
- Zônula de adesão: serve para ancorar os filamentos de
actina dos sarcômeros terminais;
- Desmossomos: que unem as células musculares
impedindo que elas se separem sob a atividade contrátil constante do coração;
- Junções do tipo GAP: se situam
nas partes laterais dos discos e são responsáveis pela continuidade iônica
entre as células musculares vizinhas.
Na figura abaixo, de uma fibra muscular cardíaca, observa-se o núcleo central, numerosas mitocôndrias, dispondo-se enfileiradas entre as miofibrilas. Estas são longitudinais, podendo ou não apresentar estriações transversais. A capacidade de contração da fibra muscular deve-se especificamente à propriedade de encurtamento dessas miofibrilas.
Estas
células são dotadas de contrações rápidas e de ação involuntária (independente
da vontade do indivíduo), possuem um ritmo próprio, coordenado por fibras de Purkinje, que são células
musculares cardíacas modificadas.
Não
existem no coração terminações nervosas comparáveis à placa motora do músculo
esquelético, no entanto o coração recebe nervos tanto do sistema simpático como
do parassimpático, que formam plexos na base do coração. Porém, as células
musculares cardíacas são capazes de autoestimulação, independentemente do
impulso nervoso. Embora o impulso cardíaco possa percorrer perfeitamente todas
as fibras musculares cardíacas, o sistema nervoso exerce no coração apenas uma
ação reguladora, adaptando o ritmo cardíaco às necessidades do organismo.
O músculo cardíaco, o primeiro a diferenciar-se, é uma modificação
direta da camada mesodermica epitelial da esplancnopleura. A capacidade das fibras cardíacas se dividirem e multiplicarem, na
maior parte, é perdido em algum momento durante o período de crescimento
inicial. O aumento da parede cardíaca durante as insuficiências cardíacas de
qualquer causa é essencialmente um aumento das células do músculo cardíaco
existente (hipertrofia), em vez do aumento do número de células (hiperplasia).
A reparação de cortes no
tecido muscular cardíaco é feita pela proliferação de tecido conjuntivo.
Por suas características estruturais e funcionais, o tecido
muscular estriado cardíaco se situa como meio-termo entre o tecido muscular
liso e o tecido muscular estriado esquelético.
Temática: Tecido Muscular Liso
O tecido
muscular liso possui
contração involuntária e lenta. É formado por células longas fusiformes e sem
estrias, que podem medir de 5 a 10 mm de diâmetro por 80 a 200 mm de
comprimento. Estas células geralmente estão dispostas em camadas, sobretudo nas
paredes de órgãos ocos, como tubo digestivo, vasos sanguíneos, etc. A fibra muscular lisa pode agrupar-se formando pequenos músculos
individualizados (é o caso do músculo eretor dos pelos) ou constituir a maior
parte de um órgão, como no útero.
O tecido muscular liso encontrado nas artérias é responsável
por sua contração. Esse tecido muscular também
é encontrado no esôfago, no estômago e nos intestinos, sendo responsáveis pelo
peristaltismo nesses órgãos. Também podemos encontrar, no músculo liso, vasos e
nervos que penetram e se ramificam entre as células.
Os movimentos peristálticos são contrações em ondas que
deslocam o material alimentar dentro desses órgãos do sistema digestório.
Músculo liso:
Cada célula muscular lisa (miócitos ou fibra
muscular lisa) tem forma fusiforme, não apresenta estrias transversais como
nas fibras esqueléticas e cardíacas. O seu núcleo é único (fibra mononucleada),
oval e central, pelo qual possui forma de um saca-rolhas durante a contração
da célula (fig. 1).
Essas células são revestidas
e mantidas juntas por uma rede muito delicada de fibras reticulares. As fibras reticulares são formadas pelas proteínas de colágeno. São ramificadas e
formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos
vizinhos. Em corte transversal, essas fibras têm o aspecto de um
aglomerado de estruturas circulares ou poligonais. Em corte longitudinal
percebe-se uma camada de células fusiformes paralelas.
Frequentemente
os plasmalemas (membrana plasmática) de duas células vizinhas se aproximam
muito formando uniões estreitas, do tipo zônula
de oclusão e GAP. Essas estruturas não só
participam da transmissão do impulso nervoso de célula para célula, como também
mantêm a união entre as células.
A célula
muscular lisa apresenta feixes
de miofilamentos que se
cruzam em todas as direções, formando uma trama
tridimensional. Os filamentos espessos (miosina) e delgados (actina) estão
arranjados aparentemente ao acaso (ou em hélice). Não apresentam organização em
miofibrilas e não formam padrão estriado como na fibra esquelética e cardíaca.
Além dos
filamentos de actina e de miosina, a célula muscular lisa exibe uma trama de filamentos intermediários que constituem uma espécie de matriz, participando do citoesqueleto. Durante a
contração muscular, na junção de uma célula com a outra, ou seja, nas interdigitações, há um
“reforço”, por conta desses filamentos intermediários, que formam corpos
densos, no qual os miofilamentos se cruzam.
Existem
terminações nervosas no músculo liso, mas o grau de controle na contração
muscular pelo sistema nervoso varia.
O músculo
liso recebe fibras do sistema nervoso simpático e do parassimpático e não exibe
as junções neuromusculares (placas motoras) elaboradas que ocorrem apenas no
músculo esquelético.
Regeneração da musculatura
No indivíduo adulto, os três tipos de tecido muscular
respondem de forma distinta quando ocorre lesão por destruição parcial do
músculo.
As células da musculatura esquelética não se dividem mais.
No entanto, existem células especiais, chamadas satélites, que são
mononucleadas e pequenas e se localizam no tecido conjuntivo que envolve os
miócitos (fibra muscular ou célula muscular). Essas células são importantes nos
processos de regeneração da musculatura esquelética quando ocorrem lesões.
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