Temática:
Mapeamento Cromossômico
Relembrando os resultados
obtidos por Morgan nos experimentos com D. melanogaster, observamos que
surgiram gametas que não deveriam existir, pois do cruzamento entre indivíduos
PPVV com ppvv os únicos gametas possíveis seriam PV e pv, respectivamente.
Esses gametas surgiram pela recombinação gênica, no momento em que houve uma
quebra e troca de fragmentos dos cromossomos homólogos, sendo, portanto, Pv e
pV os novos gametas. Como um deles teve uma frequência de 8,5%, ou seja, entre
os genes P e V – e entre seus alelos p e v – existe uma frequência de 17% (8,5%
+ 8,5%) de recombinação.
Vamos imaginar um cromossomo
como uma estrutura linear onde os genes estão dispostos um em sequência do
outro com distâncias variáveis. Observe a imagem abaixo:
Entre quais pares de genes é
mais fácil a ocorrência de uma quebra? Entre A e B ou entre B e C? Obviamente
entre A e B, pois a distância entre eles é maior, ou seja, o local onde essa
quebra pode ocorrer é maior. Sendo maior a probabilidade de ocorrer uma quebra
entre A e B, maior vai ser também a frequência com que esses genes irão se
recombinar. Assim, a distância entre os genes é igual a sua frequência de
recombinação. Observe o mesmo esquema só que com as distâncias entre os genes:
Como você pôde notar a
distância entre os genes é medida em centimorgans, em homenagem ao cientista
Thomas H. Morgan, entretanto, essa distância também pode ser chamada de
unidades de recombinação (UR) ou ainda, morganídeos. Assim, como dissemos
acima, se o gene A está a 32 UR de distância do gene B, sua frequência de
recombinação será igual a 32%.
Com base nesse conceito de
frequência e distância entre os genes nós podemos montar um mapa cromossômico.
Vamos a um exemplo:
suponhamos que a cidade A fica a 25 Km de distância da cidade B. cidade C
fica a 10 Km de distância da cidade A. Qual será a ordem em que as cidades se
localizam na estrada?
Temos, nesse caso, duas
possibilidades: 1) a da cidade C estar antes da cidade A ou, 2) a da cidade C
estar entre a cidade A e B, assim:
Para podermos afirmar qual é
a ordem correta, devemos saber qual é a distância entre a cidade C e B. Desta
maneira, se a distância entre C e B for 35 Km, a primeira possibilidade estará
correta. Agora, se a distância entre C e B for de 15 Km, a segunda
possibilidade estará correta.
O mesmo princípio aqui
mostrado é utilizado para localizar a posição dos genes no cromossomo. Tendo-se
as frequências de recombinação tem-se também a distância entre os genes. Agora
é só colocá-los em ordem. Para fazer isso, sempre começamos com os genes que
apresentam maior recombinação e vamos até o último de forma decrescente.
Observe o exemplo: quatro genes, A, B, C e D, localizados no mesmo cromossomo
apresentam as seguintes frequências de recombinação:
A-B = 32% A-C = 45 % A-D =
12% B-C = 13% B-D = 20% C-D = 33%
Iniciando com os genes que
apresentam maior recombinação, teremos:
Inserindo-se o gene que tem
a segunda maior frequência de recombinação, podemos ter:
Para resolver esse problema
basta olharmos para a distância entre os genes A e D. Como demonstrado no
enunciado, a distância entre A e D é de 12 UR. Assim, o gene D deve ficar
entre os genes A e C (45 – 33 = 12). Caso ficasse para o lado de fora, a distância
entre A e d deveria ser 78 UR (45 + 33 = 78), portanto:
Para finalizar precisamos
saber qual é a posição do gene B. A distância entre ele e o gene A é de 32 UR.
Da mesma forma que fizemos da vez anterior vamos fazer agora. Vamos considerar
o gene B do lado de fora do gene A e entre o gene A e os demais genes:
Ao observarmos novamente o
enunciado, constatamos que o gene B está a 13 UR do gene C. Assim, podemos
afirmar que ele está do lado de dentro, pois 45 (distância entre os genes A e
C) menos 32 (distância entre A e B) é igual a 13, que é a distância entre B e
C.
Concluímos, então, que a
ordem dos genes nos cromossomos é ADBC.
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