Tecidos Epiteliais (Epitélio)

Temática: Tipos de Tecidos Epiteliais (Epitélio)

Epitélios simples
Os epitélios simples são forma­dos por uma única camada de células. De acordo com o formato dessas célu­las, distinguem-se três tipos de epité­lios simples: pavimentoso, cúbico, prismático ou cilíndrico. O simplespavimentoso ou plano é formado por células pavimen­tosas. Ele constitui o endotélio, mem­brana que reveste internamente os va­sos sangüíneos.

 
Fig.1 – Fotomicrografia eletrônica de epitélio simples pavimentoso em corte de rim de macaco:, no qual observa-se núcleos achatados (N) das células pavimentosas e os citoplasmas com linhas delgadas (setas). Observe também células cúbicas com seus núcleos bem arredondados e o citoplasma bem visível.

O epitélio simples prismático ou cilíndrico é formado por células prismáticas que constituem a mucosa do estômago e do intestino. O epitélio simples cúbico é formado por células cúbicas e existe em poucas regiões do organismo, como no ovário.
Um outro tipo de epitélio simples é o pseudoestratificado. Este epitélio é formado por células prismáticas, altas e baixas, dispostas alternadamente e com aspecto de várias camadas. Entre­tanto, constituem uma única camada, pois todas repousam sobre a membra­na basal (fig. 2). Este epitélio é encontrado nas partes altas das vias respiratórias, como na traqueia.

 
Fig. 2 - epitélio simples pseudoestratificado cilíndrico ciliado. Corte em parafina (aumento 270 x). A primeira impressão (A) que se tem deste epitélio da cavi­dade nasal é a de que ele é estratificado, sendo constituído por pelo menos quatro camadas de células; entretan­to, a observação cuidadosa do detalhe (B) (aumento 540 x) demons­tra que as células têm várias alturas e espessuras e estão muito compactadas, sendo que cada uma delas está em contato com a membrana basal. Observa-se também que os núcleos (N) não estão dispostos uniformemente e ocupam três quartos da membrana epi­telial. A localização e a forma dos núcleos dão uma in­dicação do tipo celular. As células basais (CB), mais bai­xas, apresentam núcleos pequenos e arredondados, pró­ximos à membrana basal. As células altas e ciliadas (se­tas) possuem núcleos grandes e ovais. A trama termi­nal (TT) sustenta os cílios longos e estreitos, que im­pulsionam o muco ao longo da superfície epitelial. O te­cido conjuntivo abaixo do epitelial é muito vascularizado e contém bons exemplos de epitélio simples pavimentoso (pontas de se­tas) que constituem o revestimento endotelial dos vasos sanguíneos (VS) e linfáticos (VL).


Epitélio estratificado
Por possuírem várias camadas de células, os epitélios estratificados se tornam mais resistentes ao desgaste, e por isso, geralmente têm fun­ções protetoras. Embora sejam mal adaptados às funções de secreção, normalmente encontramos glândulas abaixo deste epitélio, que possuem função secretora.
Os epitélios estratificados são divididos em queratinizado e não queratinizado, e são clas­sificados de acordo com a forma das suas células mais superficiais. O epitélio estratificado pavi­mentoso pode ser encontrado no esôfago. Já o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, é encontrado na pele. A queratina é uma proteína im­permeável à água, que torna a pele mais resistente ao desgaste e oferece obstáculo à penetração de microrganismos. O epitélio estratificado pavimentoso também pode ser não-queratinizado. Esse tipo de membrana é encontrado em cavida­des como a boca, cuja superfície inter­na está sempre úmida e sujeita a des­gastes.
Além do epitélio estratificado pavi­mentoso, que pode ser ou não queratinizado, temos:
-  Epitélio Estratificado Pavimentoso, com várias camadas de células; as células das camadas superiores são achatadas.
-    Epitélio Estratificado Cúbico observa-se células cúbicas em duas ou mais camadas superficiais. Este tipo de epitélio é relativamente raro, podendo ser observado em alguns ductos de glândulas.
-   Epitélio Estratificado Cilíndrico possui células cilíndricas em duas ou mais cama­das superfi­ciais.
Outro tipo é o chamado epitélio de transição. É um tipo especial de epitélio restrito ao revestimento das vias urinárias (bexiga urinária e maior parte da porção secretora do trato urinário).
As células deste tecido variam sua morfologia dependendo do grau de distensão e possui muitas camadas de células grandes em forma de cúpula na superfície do tecido do trato urinário, ajudando a manter a integridade do epitélio durante a disten­são e a contração da bexiga. Existem autores que consideram este tipo de epitélio como uma variedade do epitélio pseudoestratificado.

 A PELE
A pele é o maior órgão do organismo humano e serve para proteger das agressões que recebe do exterior. Possui mecanismos de defesa naturais que protegem o homem frente à ação dos raios solares, além de diversas outras funções:
-  Regulação térmica = por meio de suor mantém a temperatura normal do corpo.
-  Absorção = graças às partículas de gorduras da epiderme, a pele absorve substâncias gordurosas sem permitir que a água penetre.
-  Excreção = as glândulas sebáceas excretam sebo, o qual ajuda a manter a pele saudável.
-  Eliminação = por meio de transpiração as glândulas sudoríparas segregam substâncias de desperdício.
-  Proteção = as células adiposas servem de proteção aos golpes. A capa malpighiana protege contra os raios de luz danosos e a capa exterior da epiderme é suficientemente forte para proteger o corpo contra a inversão de bactérias.
-  Sensação = terminações nervosas da pele nos vão ajudar a detectar a sensação de calor, frio, prazer, pressão e dor.
A pele é um órgão vital e, sem ela, a sobrevivência seria impossível.
A pele é formada por três camadas: epiderme (tecido epitelial), derme (tecido conjuntivo) e hipoderme (tecido conjuntivo e células gordurosas –adipócitos), da mais externa para a mais profunda, respectivamente.
epiderme é um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado que reveste externamente o corpo humano (camada mais externa da pele). É constituída por células denominadas queratinócitos que apresentamdisposição semelhante a uma "parede de tijolos".
Estas células são produzidas na camada mais inferior da epiderme (camada basal ou germinativa) e em sua evolução em direção à superfície sofrem processo de queratinização ou corneificação, que origina a camada córnea, composta basicamente de queratina, uma proteína responsável pela impermeabilização da pele. A renovação celular constante da epiderme faz com que as células da camada córnea sejam gradativamente eliminadas e substituídas por outras.
Além dos queratinócitos encontram-se também na epiderme: os melanócitos, que produzem o pigmento que dá cor à pele (melanina) e células de defesa imunológica (células de Langerhans).
A epiderme pro­tege o organismo contra a penetração de agentes estranhos e contra seu desgaste pelo atrito. Sua eficiência nesse trabalho de proteção deve-se ao grande número de camadas superpostas de células que a consti­tuem. Essa superposição de camadas nos permite classificar a epiderme como um tecido epitelial estratificado.
epiderme possui 4 camadas ou estratos, que de dentro para fora são: basal, espinhosa, granulosa e córnea. A camada basal é mais interna e além de suas células características, apresentam também os melanócitos e as células de Langerhans.  A camada espinhosa recebe essa denominação devido a sua aparência que lembram espinhos. A camada granulosa apresenta os grânulos de queratina. Já a camada córnea é a mais superficial, ou seja, a mais externa, por possuir queratina se descamam, sendo continuamente substituídas (a camada basal é que produz as células substitutivas).
As células das camadas mais profundas da epiderme (camada basal), cons­tantemente se dividem e substituem as células superficiais que se desgastam. Estas últimas possuem uma forma achatada (células pavimentosas).
A epiderme dá origem aos anexos cutâneos: unhas, pêlos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. A abertura dos folículos pilossebáceos (pêlo + glândula sebácea) e das glândulas sudoríparas na pele formam os orifícios conhecidos como poros.

·         As unhas são formadas por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida. Esta consistência dura confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e pés.
·         Os pêlos existem por quase toda a superfície cutânea, exceto nas palmas das mãos e plantas dos pés. Podem ser minúsculos e finos ou grossos e fortes. No couro cabeludo, os cabelos são cerca de 150 mil fios e seguem um ciclo de renovação no qual aproximadamente 70 a 100 fios caem por dia para mais tarde darem origem a novos pêlos.
·         As glândulas sudoríparas produzem o suor e têm grande importância na regulação da temperatura corporal. São de dois tipos: as écrinas, que são mais numerosas, existindo por todo o corpo e produzem o suor eliminando-o diretamente na pele. E as apócrinas, existentes principalmente nas axilas, regiões genitais e ao redor dos mamilos. São as responsáveis pelo odor característico do suor, quando a sua secreção sofre decomposição por bactérias.
·         As glândulas sebáceas produzem a oleosidade ou o sebo da pele. Mais numerosas e maiores na face, couro cabeludo e porção superior do tronco, não existem nas palmas das mãos e plantas dos pés. Estas glândulas eliminam sua secreção no folículo pilo-sebáceo.

derme localiza-se entre a epiderme e a hipoderme e é separada da epiderme pela membrana basal. São constituídos por tecido conjuntivo (fibras colágenas e elásticas envoltas por substância fundamental), vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e terminações nervosas no qual se encontram as raízes dos pêlos, os folículos pilosos (folículos pilossebáceos) e terminações nervosas.
hipoderme, também chamada de tecido celular subcutâneo, é a porção mais profunda da pele, composta por feixes de tecido conjuntivo que envolve células gordurosas (adipócitos) e formam lobos de gordura. Sua estrutura fornece proteção contra traumas físicos, além de ser um depósito de calorias e isolante térmico.


Temática: Epitélio de Revestimento

Esses epitélios revestem as camadas mais superficiais da pele e forram as superfícies internas do organismo.
A denominação “membrana mucosa” é usa­da para designar o conjunto de epitélio mais tecido conjuntivo que forram as su­perfícies internas. As mucosas são en­contradas no interior das cavidades, como a boca e o nariz, e forram internamente órgãos ocos, como a tra­quéia, o estômago e o intestino.
Os epitélios de revestimento funcio­nam como camada limitante entre o in­terior do organismo e o meio externo. Portanto, sua função é de proteção, impe­dindo a entrada de agentes estranhos. A proteção não é, contudo, a única função das membranas epiteliais. A mucosa que reveste as paredes do intestino tem tam­bém a função de absorção, pois absorve os nutrientes.
As membranas epiteliais são avasculares e retiram seus nutrientes, por difusão de vasos sanguíne­os do tecido conjuntivo subjacente. Estas membra­nas podem cobrir uma superfície, revestir uma ca­vidade ou um tubo. As superfícies do tecido epitelial podem ser secas, como a superfície externa do corpo, ou úmida (todos os epitélios de revestimento interno do corpo) como os epitélios que revestem as cavidades internas do corpo (va­sos sanguíneos, trato gastrointestinal, superfície do ovário etc.). As mem­branas que revestem as cavidades do cor­po são referidas como mesotélios, enquanto as que revestem as câmaras cardíacas e os vasos sangüí­neos e linfáticos são conhecidas como endotélios.

Especializações Membranas Plasmáticas de Células Epiteliais

As células epiteliais estão fortemente unidas e podem resistir à ação de forças mecânicas consideráveis, que tenderiam a separá-las. O espaço muito estreito entre as células da ordem de (20nm), é ocupado por glicoproteínas do glicocálice mais íons cálcio, que são efetivos na adesão celular. Além dessas substâncias, existem várias especializações da superfície celular que auxiliam na adesão e vedação entre células. Essas especializações podem apresentar modificações estruturais consideradas especializações da membrana plasmática determinadas funções: absorção, secreção, adesão etc.
As zônulas de oclusão são especializações que funcionam como uma barreira à difusão de macromoléculas no interior do espaço intercelular. Ocorrem entre células do epitélio intestinal na sua porção apical. São locais onde as membranas de células justapostas vizinhas, ficam diretamente em contato com outra, não deixando espaço para substância intercelular.
As zônulas de adesão se assemelham às zônulas de oclusão, mas as membranas plasmáticas de células justapostas estão discretamente separadas, havendo um acúmulo de material amorfo no espaço citoplasmático dessas membranas.

Especializações na Superfície Livre da Membrana Plasmática:

Na superfície livre das células epiteliais podemos encontrar certas estruturas, especializações, que aumentam a superfície e, ou, se movimentam. Sendo eles:
Microvilosidades ou Microvilos - Expansões da membrana (evaginações) semelhantes a dedos de luvas, que ampliam consideravelmente a superfície de contato da célula como, por exemplo, os nutrientes vindos da digestão, acarretando um maior contato entre as células e o meio. Com isso favorecem a absorção de nutrientes e a secreção de substâncias (fig. 1).

 
Fig. 1- Célula do intestino delgado, apresentando microvilosidades em sua superfície. Essa célula é especializada para a absorção de nutrientes. As microvilosidades ou microvilos possui a função de aumentar a área absorvente. Observe os Lisossomos (L), as mitocôndrias (M) e os depósitos temporários de lipídios (setas) (modificado de JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2000).



b) Estereocílios - Eles foram denominados de cílios por causa de seu com­primento; entretanto, a microscopia eletrônica mostrou que eles são microvilosidades alongadas cujas funções ainda não são bem conhecidas. São prolongamentos da superfície celular, que não possuem mobilidade, mas aumentam a superfície de absorção das células, facilitando o transporte de água e moléculas. São encontradas em células epiteliais do epidídimo e ductos do aparelho genital masculino.
c) Cílios – São estruturas móveis e alongadas de estrutura microtubular, recobertos por plasmalema revestidas pela membrana celular. In vivo, podemos observar os cílios movimentando-se rapidamente de um lado para o outro, geralmente de maneira coordenada, provocando uma corrente de fluido em uma só direção na superfície dos epitélios ciliados que movem material ao longo da superfície celular. Cada cílio nasce de um centríolo (corpúsculo ba­sal) fig. 2.

 
Fig. 2 – Região apical de célula ciliada etc (modificado de www.virtual.epm.br e acd.ufrj.br).

Especializações na Superfície Lateral da Membrana Plasmática:

As membranas celulares laterais mantêm junções intercelulares entre células adjacentes para aumentar a adesão e coesão entre elas. Esse tipo de especializações é próprio do tecido epitelial, já que é um tecido de revestimento e deve ser mais resistente e coeso, devido ao fato do epitélio estar em contato com o exterior, seja diretamente por intermédio da pele, ou pelos epitélios que forram os órgãos como o intestino, que têm contato com o meio externo por meio das substâncias ingeridas. Essas especializações ocorrem na membrana plasmática, são elas: os Desmossomos, Interdigitações e Junções comunicantes (gap).

a) Desmossomos - Os Desmossomos é um espessamento da membrana citoplasmática com a forma de uma placa arredondada, sendo constituído pelas membranas de duas células vizinhas, cada uma é umhemidesmossoma. Sua função é aumentar a adesão entre células adjacentes.
b) Interdigitações - São saliências e reentrâncias da membrana celular que se encaixam em estruturas complementares das células vizinhas, também com função de aumentar a aderência entre células vizinhas.

 
Fig. 3 – Eletromicrografia (36.000 x) de interdigitações que prendem as células da epiderme umas as outras - locais de grande aderência entre células adjacentes. Aparecem também numerosos desmossomos (setas)Em maior aumento (no canto esquerdo), um detalhe de um desmossomo (modificado de JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2000).


c) Junções comunicantes (gap) - A membrana celular estabelece contato com outras células por meio de estruturas de junção especializada. Tem a finalidade de permitir o trânsito de substâncias entre células vizinhas. Possui estrutura protéica que quando unida à proteína correspondente da membrana celular adjacente, forma um canal intercelular com alta difusão para íons com pequena massa molecular.

 
Fig. 4 – Eletromicrografia de junções comunicantes ou  “GAP junctions que são especializações que permitem a passagem direta de moléculas pequenas (<1500Da) entre as células vizinhas.

MODIFICAÇÕES NA SUPERFÍCIE BASAL
A membrana basal fica entre o epitélio e o tecido conjuntivo, é constituída de uma substância derivada do epitélio, chamada lâmina basal, e outra derivada do tecido conjuntivo, a lâmina reticular.
A membrana plasmática basal da célula (membrana celular que se encosta-se à membrana basal) formam hemidesmossomas, mantendo a liga­ção da célula à membrana basal. Morfologicamente, os hemidesmossomas,assemelham-se a metades de desmossomos, mas sua composição bioquímica difere um pouco da composição química dos desmossomos.
As membranas epiteliais possuem numerosas funções, dentre elas temos: proteção; redução do atrito; absorção; secreção; excreção; síntese etc.
Epitélio Glandular
Glândulas são órgãos especializados na produção de secreções. São formadas por tecido epitelial glandular, ao qual se associa tecido conjuntivo que possui vasos sangüíneos.
Os epitélios glandulares representam os tecidos que formam as nossas glândulas, existindo em par­tes do organismo onde há necessidade de secreções.
O epitélio glandular cresce a partir da invaginação do epitélio de revestimento, penetrando no tecido conjuntivo subjacente, onde vão formar as glândulas. Na glândula tubulosa, essa invaginação forma um tubo simples, cujas paredes, constituídas de células secretoras, passam a produzir substâncias que são eliminadas pelo canal excretor da glândula.


 
Fig. 5 - Formação de glândulas: Invaginação de células epiteliais (A), seguida pela formação de um tubo glandular (B); a glândula formada tem uma parte secretora (D) e um canal excretor (C) (modificado de MARCONDES &LAMMOGLIA, 1994).


As glândulas podem ser classificadas de vários modos, o mais comum é classificá-las conforme o destino que terão as suas secre­ções. Nesse caso, distinguem-se três tipos de glândulas: exócrinas, endócrinas e mistas (fig. 6).

 
Fig. 6 - Figura esquemática de glândula endócrina exócrina. Note que ambas apresentam uma parte secretora e um canal excretor (modificado de MARCOMNDES, 1998).

Glândulas Exócrinas
São glândulas de secreção externa (exo=fora), aquelas que possuem um canal excretor pelo qual lançam as suas secreções no meio ex­terno ou no interior de uma cavidade natural do organismo. São exemplos deglândulas exócrinas as sudoríparas, as sebáceas da pele, as mamárias, as salivares e as lacrimais.
As Glândulas Exócrinas podem ser unicelulares ou multicelulares. As primeiras são representadas princi­palmente por células caliciformes (em forma de cálice), com alta capacidade secretora, encontra­das nas mucosas nasal, traqueal, gástrica e intesti­nal, e agem como unidades isoladas.
As células caliciformes são glândulas exócrinas unice­lulares intercaladas nos epitélios simples cilíndrico e pseudo-estratificado cilíndrico. Essas células costumam produzir um tipo de muco ao qual chamamos de mucina(muco) que, quando liberada, por exemplo, na luz do tubo digestivo, recobre e protege o revestimento intestinal.
As células secretoras de uma glândula multicelular constituem o seu parênquima e são separadas do tecido conjuntivo que as cercam e dos vasos sangüíneos por uma membrana basal.
As glândulas exócrinas também podem ser classificadas segundo o tipo de conduto se­cretor que possui e de acordo com a forma da sua porção secretora. São chamadas simples quando seu conduto não se divide. Caso se ramifique, passam a ser chamadas glândulas compostas (fig. 7). Além disso, as formas das unidades secretoras podem ser tubulosas, alveolares ou acinosas, túbulo­acinosas ou túbulo-alveolares (fig. 7).

 
Fig. 7 – Figura esquemática do corte trans­versal de glândulas exócrinas: (A) Glândula tubulosa (p. ex. glândula sudorípara); (B) Glândula tubulosa ramificada; (C) Glândula tubulosa enovelada; (D) Glândula acinosa, (D) Glândula túbulo- acinosa.


As glândulas sudoríparas (fig. 8) são as glândulas mais numerosas do corpo, sendo extensamente distribuídas. As glândulas são simples, não-ramificadas, túbulo enovelado e produzem urna secreção aquosa. A porção se­cretora (s) da glândula é constituída por um epitélio do tipo simples cúbico com dois tipos de células

Fig. 8 – (A): Glândulas sudoríparas (pele. 270 x): Observam-se ao redor da porção secretora, células mioepiteliais (MC) que, com seus muitos processos ramificados, envolvem o túbulo secretor e auxiliam a liberar a secreção fluida em direção aos ductos. Os ductos (D) das glândulas su­doríparas são constituídos por um epitélio do tipo estra­tificado cúbico, cujas células são menores do que as das unidades secretoras. Os espaços grandes e vazios são células adi­posas (AC). Note os numerosos e pequenos vasos san­guíneos (setas) nas vizinhanças da glândula sudorípara. (B): Glândula sebácea do Couro cabeludo (132 x). As glândulas sebáceas geralmente estão associadas a fo­lículos pilosos. Elas liberam seu sebo no folículo, em­bora em certas áreas do corpo elas estejam presentes, in­dependentes dos folículos pilosos. Estas glândulas, cir­cundadas por delgadas cápsulas (Ca) de tecido conjun­tivo, são sáculos em forma de cálice, com ductos curtos. Cada sáculo é preenchido por grandes células amorfas, com núcleos em vários estágios de degeneração (setas). A periferia do sáculo é constituída de pequenas células basais (BC), cúbicas, com capacidade regenerativa. À medida que as células se afastam da periferia do sáculo, elas crescem e aumentam o conteúdo de gordura do citoplasma. Próximo ao ducto, a célula toda degenera e constitui a secreção (se). Por isso, as glândulas sebáce­as são classificadas como glândulas acinares, ramifica­das, simples, com um tipo holócrino de secreção. A musculatura lisa (M), os músculos eretores do pêlo, está associada com as glândulas sebáceas. Observe as porções secretora (s) e ducto (D) de uma glândula sudorípara acima da glândula sebácea (modificado de GARTNER & HIATT, 2002).




Glândulas Endócrinas
As glândulas endócrinas (endo = dentro) liberam suas secreções diretamente na corrente sanguínea (não há formação de canal ou de ducto e a glândula não pode lançar produtos de secreção na superfície do epitélio de origem). São por essa razão, também conhecidas como glândulas de secreção interna e suas secreções são chamadas hormônios. Temos como exemplos a tireoide, que produz e libera no sangue o hormônio tireoxina, e a hipófise, que libera, entre outros, o hormônio de crescimento, a paratireoide, supra renal etc.
Glândulas Mistas ou Anfícrinas ou mesócrinas
São glândulas que desempenham ao mesmo tempo uma função endócrina e uma função exócrina. E o caso do pâncreas, que produz os hormônios insulina e glucagon (pela sua fun­ção endócrina) e o suco pancreático (pela sua função exócrina).
No pâncreas (glândula mista) existem unidades glandulares chamadas ácinos pancreáticos que liberam no intestino o suco pancreático (função exócrina), enquanto outras unidades secretoras, as ilhotas de Langerhans, secretam os hormônios insulina e glucagon na corrente sanguínea (função endócrina).
As Ilhotas de Langerhans são um grupo especial de células do pâncreas que produzem insulina e glucagon, substâncias que agem como importantes reguladores do metabolismo do açúcar.

CLASSIFICAÇÃO DAS GLÂNDULAS DE ACORDO COM O MODO DE ELIMINAÇÃO DE SUAS SECREÇÕES glandulares
Podemos ainda classificar as glândulas quanto à natureza da secreção glandular que produz.
- Glândulas Merócrinas: São aquelas que eliminam somente as secreções ficando suas células intactas. Ex.: Glândulas Lacrimais, Glândulas Salivares, Glândulas Sudoríparas.
- Glândulas Apócrinas: São aquelas que eliminam parte (pedaço) das células junto da secreção. Ex.: Glândula mamária.
- Glândulas Holócrinas: São aquelas que eliminam células juntamente com a secreção. Ex.: Glândulas Sebáceas.

Podemos também classificar as glândulas como “glândulas mucosas” e “glândulas serosas”.

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