Filo Porífera

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O filo Porífero designa em latim o que tem poros (porus, poro + fera, portador de). Foram registradas mais de 5.000 espécies de esponjas marinhas. O seu tamanho pode variar de alguns centímetros até 2 m de diâmetro.
As esponjas são os animais multicelulares mais simples e muito diferentes de todos os outros. Elas não têm uma forma corporal fixa, tampouco um plano de simetria e são repletas de minúsculos poros e canais. São animais sésseis (fixos), algumas se encontram eretas, ramificadas, lobadas, pequenas, incrustantes e até mesmo podem perfuram rochas ou conchas.
As esponjas podem ser utilizadas como abrigo por alguns caranguejos, nudibrânquios, ácaros, briozoários e peixes vivendo como comensais ou até mesmo como parasitas no interior delas. Estes animais também podem viver sobre moluscos, cracas, braquiópodes, corais ou hidroides. Elas dependem do fluxo de corrente que passa pelo seu sistema de canal único para trazer alimento e oxigênio e levar os dejetos para o exterior.



Este filo não apresenta nenhum órgão ou tecido verdadeiro. Os sistemas nervosos e sensoriais são ausentes. A respiração e a excreção são realizadas por difusão.


A parede corporal é formada por espículas (“esqueleto”) de carbonato de cálcio ou sílica e colágeno os quais permitem a sua sustentação e proteção evitando que os canais e as câmaras colapsem. As únicas aberturas corpóreas são os óstios (entrada de água) e os ósculos (saída da água). Elas dependem dos batimentos flagelares dos coanócitos para a água penetrar no interior desses animais através dos poros minúsculos chamados de óstios dérmicos.


Espículas (onde está a seta), vistas através do microscópio , foto de Gabriel C. Marins 


Existem três tipos de canais (asconoide, siconoide ou leconoide) nas esponjas. No canal asconoide as esponjas apresentam organização mais simples como a Clathrina sp
A água entra pelos poros dérmicos para a cavidade (espongiocele flagelada). Todas asconoides são encontradas na Classe Calcarea.

Clathrina sp.

Os canais siconoides, presentes em Sycon sp, possuem corpo tubular e ósculo único, apresentam canais radiais que terminam na espongiocele (átrio). A água entra através dos canais inalantes passando para as prosópilas. Esse canal é encontrado somente nas Classes Calcarea e Hexactinellida.

Sycon sp.


Classe Calcárea:
Também conhecidas como Calcispongiae são calcárias, podem variar de 10cm ou até menores. Possuem espículas de carbonato de cálcio que frequentemente formam uma franja ao redor do ósculo, apresentam três tipos de sistemas de canais (asconoide, siconoide e leuconoide). Um Exemplo de esponja asconoide é Leucosolenia sp.
 
Leucosolenia sp.

Classe Hexactinellida:
São conhecidas como as esponjas de vidro, são muito diferentes das outras esponjas. Elas consistem em um pequeno grupo de 400 a 500 espécies que habitam regiões no fundo do mar abaixo de 200 m de profundidade. O tamanho varia de 7,5 cm a mais de 1,3 m de comprimento. O esqueleto de espículas de seis raios está fundido por malhas chamadas de rede trabecular. A malha é belíssima como, por exemplo, a que ocorre em Euplectella sp.

Elas são sinciciais (as células não têm delimitações). Não existem pinacócitos, nem células com qualquer contratilidade e até mesmo os denominados coanócitos não são células separadas. Os hexactinélidas são orientados de acordo com as constantes correntes do mar profundo.

Euplectella sp.

Os leuconoides formam massas com ósculos numerosos. Recebem água pelo canal inalante e a eliminam pelo exalante. Este tipo de canal permite que mais coanócitos possam obter alimento. Este tipo de canal é considerado o plano principal para as esponjas por permitir maior tamanho e eficiência na circulação da água.


Tethya sp.


As células das esponjas são variadas e com diferentes funções como a miso-hilo (tecido conjuntivo), pinacócitos (protetoras e contráteis), coanócitos (criam correntes d’água e apreendem partículas alimentares), arqueócitos (variedade de funções) e colêncitos (secretam colágeno).


A reprodução é assexuada ocorre por meio de brotamento, fragmentação e gêmula (brotos internos). As que apresentam reprodução sexuada são monoicas, ou seja, apresentam células sexuais femininas e masculinas em um único indivíduo.




Apresentam grande capacidade regenerativa, não implica apenas na reorganização de todo o animal, mas também das partes feridas.



Benefício das esponjas para os seres humanos.

As esponjas produzem compostos bioativos, alguns dos quais podem nos beneficiar diretamente: por exemplo, foi descoberto que uma esponja usada há muito tempo pelos índios maoris da Nova Zelândia, promovia a cicatrização de um ferimento,  devido a altas concentrações de um potente agente anti-inflamatório. Uma lista crescente de tais exemplos enfatiza que nós precisamos conservar a diversidade bioquímica desses animais.
Algumas esponjas são utilizadas para banho, como por exemplo, algumas da classe Demospongiae.

Vídeo - Porífera - Corrente de água:



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