Algas verdes (Filo Chlorophyta)

Esse constitui o maior e mais diversificado grupo de algas, não somente com relação ao número, que inclui cerca de 17.000 espécies, mas também devido aos padrões morfológicos, estruturais e reprodutivos.

Todas as algas verdes são fotossintetizantes e apresentam diversos pigmentos capazes de absorver a radiação luminosa, tais como a clorofila a; clorofila b; b-caroteno e várias xantofilas. A grande quantidade de carotenoides que produzem tem a função de proteger contra a luz intensa.

Podem ser unicelulares, coloniais, filamentosas; formadas por talos macroscópicos pluricelulares ou por talos macroscópicos, porém, unicelulares, com um ou muitos núcleos.

Apresentam espécies móveis ou imóveis, sendo que na água doce é comum encontrarmos formas unicelulares fazendo parte da comunidade do plâncton. Nos ambientes marinhos, as algas verdes são encontradas especialmente sob a forma macroscópica pluricelular, fixadas a substratos rochosos. As formas foliáceas e filamentosas da maioria dessas algas permitem que, durante a maré baixa, a umidade, essencial à sua sobrevivência, seja mantida, até que elas sejam novamente cobertas pelas águas. Muitos animais vivem sobre seus talos, aproveitando-se dessa adaptação.

As algas verdes apresentam uma importância evolutiva muito grande, pois têm muitas características em comum com as Briófitas e as plantas vasculares, sendo consideradas como organismos ancestrais de muitos grupos de plantas. Algumas espécies apresentam paredes celulares rígidas compostas de celulose, hemicelulose e substâncias pécticas.

Embora a maioria das algas verdes seja aquática, elas são encontradas em uma ampla variedade de habitats, incluindo a superfície da neve (como as espécies dos gêneros Chlamydomonas e Chloromonas), os troncos de árvores, o solo ou em associações biológicas com os fungos (constituindo os liquens), protozoários de água doce, esponjas e cnidários. Há, ainda, o gênero Trentepohlia, uma alga filamentosa que cresce sobre rochas e troncos ou ramos de árvores (Figura 1), produzem grandes quantidades de pigmentos carotenoides, que conferem à alga uma coloração laranja, vermelha ou ferrugem.

Figura 1 – Alga verde filamentosa Trentepohlia (seta vermelha) crescendo sobre tronco de árvore. Foto tirada no Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo.


A maioria das algas verdes é encontrada nos ambientes de água doce, mas muitos grupos são marinhos. Nos ecossistemas de água doce, as algas verdes apresentam representantes unicelulares, coloniais e filamentosos e, em sua maioria, microscópicos, tais como Chlorella, Selenastrum, Scenedesmus, Spyrogyra. No ecossistema marinho são encontrados representantes unicelulares, mas a maioria é pluricelular, macroscópica, os quais vivem associados a costões rochosos, tais como Ulva (Figura 2), Chaetomorpha, Enteromorpha, Caulerpa, dentre outros.


Figura 2 – Ulva lactuca ou alfade-do-mar



Com relação à reprodução, podem apresentar reprodução assexuada ou sexuada.

Apesar de largamente distribuídas em todos os ecossistemas e da sua grande importância como produtores primários, principalmente nos ecossistemas de água doce, esse grupo não apresenta importância econômica tão significativa como o das algas pardas e vermelhas.


A importância econômica do grupo refere-se à sua utilização como alimento, tais como algumas espécies marinhas macroscópicas (MonostromaEnteromorphaCaulerpa) em alguns países do Oriente e das Filipinas, Indonésia, Malásia e Havaí. Recentemente, tem-se investido em tecnologias que permitem o cultivo de algas como Chlorella e Scenedesmus (formas planctônicas unicelulares, que são fonte de proteína e podem ser cultivadas em grandes tanques). Chlorella é encontrada em farmácias de produtos naturais sob a forma de cápsulas recomendadas como suplemento alimentar.

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