As Angiospermas são as plantas pertencentes
ao Filo Anthophyta – as plantas com flores e frutos. O grupo possui cerca de
300.000 espécies, número que pode chegar a 450.000, representando o maior filo
de organismos fotossintetizantes.
Foi no
início do Cretáceo, cerca de 135 milhões de anos atrás, que surgiram as
primeiras Angiospermas. Sendo que a dominância dos vários
ambientes ocorreu há 90 milhões de anos.
As
características vegetativas das angiospermas são muito diversas. Variam
muito em tamanho, que inclui desde espécies de plantas aquáticas flutuantes com
menos de 1mm de comprimento (como é o caso de plantas da Família Lemnaceae,
como o gênero Wolffia) até espécies de Eucalyptus, que
podem chegar a apresentar 100 m de altura e quase 20 m de circunferência de
tronco.
Possuem
como característica exclusiva as flores, sementes contidas em um carpelo,
fertilização dupla – formação do endosperma, microgametófito reduzido, estames
com dois pares de sacos polínicos e a presença de elementos de tudo crivado e
células companheiras no floema.
As Angiospermas não possuem parentesco
próximo com as Gimnospermas atuais, mesmo com a origem do
grupo ainda sem comprovação. Todos os representantes do grupo são monofiléticos
(possuem um mesmo ancestral comum). Compreendem várias linhagens as MONOCOTILEDÔNEAS e
as EUDICOTILEDÔNEAS que são consideradas Classes do Filo
Anthophyta – Monocotyledoneae (com aproximadamente 90.000 espécies) e
Eudicotyledoneae (com cerca de 200.000 espécies).
As
Monocotiledôneas são bem distintas, inclui famílias de plantas como as
gramíneas, orquídeas, liliáceas, bromélias e palmeiras. As Eudicotiledôneas, as
quais representam quase dois terços das espécies conhecidas, são mais
diversificadas e incluem todas as árvores e arbustos que nos são familiares e
muitas das plantas herbáceas (plantas não lenhosas).
Com
relação aos hábitos apresentados por essas plantas, as angiospermas são de vida livre, podendo
ser trepadeiras (como o Phylodendron), alcançando o dossel das
árvores altas em florestas tropicais úmidas; epífitas que crescem sobre o
tronco de outras plantas (como as bromélias e orquídeas); saprófitas (Monotropa);
rastejantes (plantas que crescem em solos de dunas); flutuantes (Vitória-regia,
ninféias); submersas em água doce ou salgada (Elodea, Spartina);
parasitas e mico-heterotróficas. Há cerca de 200 espécies de monocotiledôneas e
aproximadamente 2.800 de eudicotiledôneas parasitas. Muitas angiospermas, como os cactos (Figura 1),
possuem adaptações para a vida em regiões extremamente áridas.
Figura 1 – Cactácea crescendo na areia das falésias na Praia de Morro Branco, Fortaleza, CE. |
Há alguns
anos, foi demonstrado que muitas ou talvez todas as angiospermas saprófitas (as quais obtém
seu alimento a partir de matéria orgânica em decomposição) tenham relações
obrigatórias com fungos micorrízicos que, por sua vez, são associados a uma
segunda planta ativamente fotossintetizante. O fungo, portanto, funciona como
uma ponte, fornecendo carboidratos para a planta saprófita.
Com
relação às parasitas, estima-se que existam cerca de 3.000 espécies que vivem
nessas condições. Como exemplo, temos o cipó-chumbo (Cuscuta sp.),
que desenvolve raízes especializadas, os haustórios, que penetram nos tecidos
da planta hospedeira.
CICLO DE
VIDA E REPRODUÇÃO
Os órgãos
reprodutivos das Angiospermas são as flores. As flores são
sistemas caulinares que crescem por um tempo determinado que contém
esporofilos. O que define uma flor é uma estrutura chamada de carpelo, que
contém os óvulos, os quais se desenvolvem em sementes depois de sofrer a
fecundação.
Nas
flores há partes estéreis (sépalas e pétalas) ligadas às partes férteis
(estames e carpelos). Os estames (microsporófilos) portam os grãos de pólen e
são denominados de ANDROCEU. Os carpelos portam os óvulos (os megasporófilos),
sendo denominados de GINECEU. Os carpelos podem ser individuais ou em grupos
(pistilos) e podem ser divididos em três partes: o estigma, que recebe o pólen;
o estilete, por onde desce o tubo polínico; e o ovário que contém os óvulos. Os
óvulos se fixam ao ovário pela placenta.
Nas Angiospermas, os gametófitos são muito
reduzidos em tamanho. O microgametófito maduro constitui-se de três células. O
megagametófito – saco embrionário – consiste em sete células (na maioria das
espécies do grupo). Não há anterídios e nem arquegônios.
Ocorrem
dois processos para a formação dos gametas masculinos. Um processo denominado
de MICROSPOROGÊNESE leva à formação dos micrósporos
(precursores dos grãos de pólen) e outro processo chamado de MICROGAMETOGÊNESE forma
o microgametófito.
Os grãos
de pólen que não apresentam aberturas geralmente formam tubos polínicos. Podem
variar em formas e tamanhos, permitindo a identificação de inúmeros grupos de angiospermas apenas por essas
características.
A
microgametogênese tem início quando os micrósporos se dividem mitoticamente.
Essa divisão forma duas células no interior do micrósporo: uma vegetativa – a
célula do tubo – e uma célula geradora, que se move para o interior do grão de
pólen. O grão de pólen é o microgametófito imaturo, sendo bicelular. Quando
maduro o grão de pólen possui duas ou três células.
A
formação dos gametas femininos ocorre por meio de dois processos – MEGASPOROGÊNESE e
a MEGAGAMETOGÊNESE. No primeiro processo há formação de megásporos
por meiose, o segundo é o desenvolvimento do megásporo no saco embrionário. É
na megagametogênese que se formam quatro megásporos, porém apenas o mais longe
da micrópila é o que se desenvolve em megagametófito.
O
megásporo funcional cresce e se divide mitoticamente resultando em oito núcleos
agrupados em dois grupos de quatro núcleos. Um núcleo de cada grupo migra para
o centro da célula formando os núcleos polares.
A
polinização ocorre pela transferência do pólen da antera para o estigma. Um dos
gametas masculinos se une à oosfera, produzindo um zigoto diploide. O outro se
une com dois núcleos polares. Essa é a chamada DUPLA FECUNDAÇÃO.
A dupla
fecundação dá origem ao núcleo primário do endosperma, que se divide e produz o
tecido nutritivo, o ENDOSPERMA. O zigoto forma o embrião, o
tegumento desenvolve-se na testa da semente e as paredes do ovário
desenvolvem-se no fruto.
As angiospermas são plantas que apresentam
grande importância biológica e econômica. Com relação à importância biológica,
deve-se considerar que, por serem organismos fotossintetizantes, atuam como
produtores primários, formando a base da cadeia alimentar nos ambientes terrestres
e ainda contribuem para a redução dos níveis de gás carbônico na atmosfera.
Do ponto
de vista econômico, são inúmeras as utilidades das angiospermas para o homem. Inicialmente,
temos que pensar na enorme variedade de plantas cultivadas para alimentação
humana no mundo (arroz, feijão, soja, milho, entre outras); ainda temos as
plantas produtoras de fibras; de madeira; plantas aromáticas; plantas
produtoras de látex; plantas medicinais; plantas usadas no Paisagismo.
Além
disso existem muitos estudos relacionados aos usos medicinais de muitas Angiospermas. Há uma variedade enorme de
substâncias químicas que as plantas desse grupo produzem para sua defesa contra
herbivoria e ataques de possíveis pragas, como os insetos, além de secretar
substâncias que possuem odores característicos para atrair seus polinizadores.
Essas substâncias contribuem para o ser humano devido aos odores e sabores,
sendo utilizadas na gastronomia, como as especiarias.
Algumas
substâncias podem ser utilizadas para a fabricação de medicamentos muito úteis
para o tratamento de muitas doenças. Outro uso muito comum é na indústria de
cosméticos, que hoje apresenta uma enorme variedade de produtos a base de
plantas que prometem vários resultados para tratamento, rejuvenescimento e
embelezamento da pele.
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