FILO
LORICIFERA
É o filo
de animais mais recentemente descoberto, em 1983, com ampla distribuição em
todo o mundo. Os animais vivem entre os espaços dos grãos de sedimento marinho
aos quais eles se agregam firmemente e não podem ser facilmente extraídos, o
que provavelmente responde por sua descoberta tardia. A maioria dos loriciferos
foi coletada submergindo-se uma amostra do fundo brevemente na água doce. Isso
choca osmoticamente os animais e eles se soltam.
Os
Loricifera Nanaloticus mysticus é um animal diminuto, com
cerca de 0,4mm de comprimento, que vive nos espaços intersticiais do cascalho
marinho de conchas. Nunca se observou nenhuma das nove espécies de loriciferos
vivas, e os conhecimentos atuais baseiam-se somente em espécimes preservados.
A principal
característica é que as espécies intersticiais marinhas diminutas, com
uma região anterior cônica e espinhosa (invaginação), que pode retrair-se
encaixado-se no interior de uma região posterior envolvida em uma lorica
(abdômen).
A extremidade
anterior cônica ou invaginação do animal possui muitos espinhos recurvados
(escalídeos) em sua superfície lateral. O campo de espinhos é contínuo ao do
tórax em forma de colo que une a invaginação ao abdômen. Tanto a invaginação
como o tórax pode se retrair no interior da extremidade anterior da lórica.
Um tubo
bucal leva a uma faringe bulbosa composta de células mioepitelíais, e uma longa
região de intestino médio forma a maior parte do tubo intestinal. Um reto
terminal abre-se para o exterior de um cone anal posterior. Um cérebro grande
repousa dentro da invaginação, mas pouco se sabe sobre o restante do sistema
nervoso. Os sexos são separados, cada qual com um par de gônadas.
Um protonefrídio está associado a cada gônada, lembrando os priapulideos, e
esvazia-se no interior do ducto urogenital. Atualmente, pouco se sabe acerca
dos hábitos e da fisiologia dos loricíferos.
Um
estágio larval, chamado de larva de Higgins, é semelhante ao
adulto, exceto que o cone bucal não tem estiletes e o tórax não tem espinhos. O
tórax pode envolver a invaginação, mas não pode se retrair no interior da
lorica. A extremidade posterior do tronco larval possui um par de dedos, que se
acredita que funcionem na natação.
FILO
PRIAPULIDA
Apresenta
apenas 18 espécies de animais marinhos encontrados principalmente em regiões de
águas frias. Vivem em lama e areia de substrato marinho que ocupam desde
regiões rasas até grandes profundidades.
Os
priápulos têm corpos cilíndricos e geralmente são menores que 12 a 15 cm de
comprimento com exceção de Halicryptus higginsi com 39 cm de
comprimento. A maioria desses animais são escavadores de substrato e se
orientam por intermédio da boca na superfície.
A forma corporal é
composta por uma probóscide, tronco, um ou dois, apêndices caudais. Sua probóscide
eversível é constituída de papilas e extremidades com fileiras de
espinhos curvos que cercam a boca. Esta probóscide é utilizada para explorar o
ambiente e capturar presas. O tronco desses animais não é metamerizado, mas é
dividido entre 30 a 100 anéis cobertos por tubérculos com função sensorial. Na
região posterior do tronco localiza-se o ânus e os poros urogenitais.
O sistema
digestório apresenta uma faringe muscular, um intestino retilíneo e um reto. Na
cavidade do corpo possuem amebócitos que contém um pigmento respiratório
chamado de hemeritrina.
Os
priapulida possuem sexo separado e cada uroporo genital é composto por gônadas
e grupo de solenócitos, conectados a um túbulo protonefridial que leva os
gametas e o material da excreção para o exterior. As larvas escavam a lama e
tornam-se comedores de detritos.
Este filo
foi considerado durante um tempo como celomados e através de microscopia
eletrônica pode-se verificar que os núcleos das células musculares eram
periféricos e os músculos secretavam uma membrana extracelular.
FILO
ENTOPROCTA
Constituem
cerca de 150 espécies de animais pequenos e sésseis assemelhando-se aos
cnidários. Podem ser coloniais ou solitários os quais se alimentam por cílios.
Alguns comem vermes anelídeos marinhos. Os entoproctos de água doce vivem
embaixo de rochas de água correntes.
O corpo
apresenta-se em forma de cálice com uma coroa de tentáculos ciliados e podem se
prender ao substrato por meio de um pedúnculo (solitários) ou por mais
(coloniais). Apresentam de 8 a 30 tentáculos que compõem a coroa, são ciliados.
Podem enrolar-se para dentro da coroa, cobrindo e protegendo a boca e o ânus,
mas não podem ser retraídos para dentro do cálice.
O Loxosoma
sp vive em tubos de anelídeos marinhos, muito ativo e move-se sobre o
anelídeo e o tubo, com um movimento nada restrito.
O intestino
é em forma de U e ciliado, a boca e o ânus abrem-se dentro dos tentáculos. O
alimento entra pela boca por meio de ação ciliar.
A parede
do corpo possui uma cutícula, epiderme celular e músculos longitudinais. A
pseudocele está preenchida por um parênquima gelatinoso embebido por um par de
protonefrídeos e seus tubos se unem e se abrem na boca. Os órgãos circulatórios
e respiratórios estão ausentes. A troca gasosa ocorre na superfície do corpo e
nos tentáculos.
Algumas
espécies são monoicas e outras dioicas e aparentam ser protândricas, ou seja, a
gônada produz espermatozóide e posteriormente produz óvulos.
Os ovos
desenvolvem-se em uma bolsa incubadora entre o gonóporo e o ânus. O embrião tem
esporulação por invaginação e a larva é trocófora e livre-natante.
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