Algas
Douradas (Filo Chrysophyta – Classe Chrysophyceae)
As algas
douradas, também conhecidas como crisófitas, são unicelulares ou coloniais
abundantes em ambientes de água doce. Podem também ser encontradas em ambientes
marinhos.
Algumas
são incolores, mas a maioria possui clorofilas a e c com
coloração dourada devido a grande quantidade de fucoxantinas. As células desta
alga podem ou não possuir parede celulósica; possuem ainda um ou dois
cloroplastos grandes.
A
reprodução deste grupo é assexuada envolvendo a produção de zoósporos. Assim
como os dinoflagelados, essas algas podem formar cistos de resistência ao final
da fase de crescimento, podendo ser resultantes da reprodução sexuada.
Determinadas
espécies de crisófitas podem ingerir bactérias e partículas orgânicas maiores
que seu próprio diâmetro. Esses organismos são importantes componentes do
fitoplâncton de ambientes de baixos níveis de nutrientes. Os representantes
deste grupo também podem causar florações indesejáveis alterando o odor e o sabor
da água.
Algas pardas (Filo Phaeophyta - Classe Phaeophyceae)
Essas
algas são encontradas quase que exclusivamente em ambientes marinhos,
especialmente nos mares frios dos ambientes de clima temperado. São muito
abundantes nas praias rochosas, existindo apenas 1.500 espécies.
São
pluricelulares em sua maioria, variando de formas microscópicas até macroalgas
que podem formar, em algumas regiões, os chamados “kelps”, que são grandes
extensões de algas macroscópicas localizadas próximo à costa (figura 1). Em
regiões de águas claras podem ser encontradas até grandes profundidades (figura
2).
Figura 1 – algas pardas em praia rochosa |
Figura 2 – Floresta de Kelps em águas profundas na costa da Califórnia. |
Os
representantes de água doce apresentam morfologia simples e ainda não foram
encontrados no Brasil. Os gêneros mais simples são filamentosos ramificados.
Não são conhecidos nesse grupo gêneros unicelulares ou coloniais.
As algas
pertencentes a esse grupo apresentam talo multicelular, de
organização bastante complexa. Foi nesse grupo que se atingiu o maior
desenvolvimento morfológico e estrutural, com ocorrência de espécies com
dezenas de metros de extensão.
São
organismos autótrofos (fotossintetizantes), apresentam os seguintes pigmentos:
Clorofila a; Clorofila c; vários carotenóides, entre
eles a fucoxantina, também encontrada nas diatomáceas, que mascara a coloração
verde da clorofila, dando a coloração marrom ou verde-oliva característica
desse grupo.
A parede
celular é de celulose, impregnada com polímeros de ácido urônico, os chamados
alginatos, que também ocupam os espaços intercelulares permitindo uma
flexibilidade ao talo. Os alginatos são quimicamente conhecidos como FICOCOLÓIDES
e apresentam grande importância econômica para o homem. São produtos de grande
aplicação nas indústrias de alimento, farmacêuticas, têxteis, de cosméticos,
tintas, borrachas etc. São muito usados no preparo de sorvetes por impedirem a
formação de cristais de gelo, o que proporciona ao produto sua consistência
cremosa.
Os
alginatos consumidos no Brasil são importados, pois não há cultivos dessas
algas em escala comercial. São poucos os países que produzem tais substâncias.
As algas
pardas apresentam tanto reprodução assexuada como sexuada.
O gênero Laminaria é
um dos mais conhecidos nesse Filo; apresentam um talo em forma de lâmina
achatada que pode atingir de 1 a 3 metros de comprimento. No Brasil,
encontramos esse gênero na região de Macaé (RJ) a uma profundidade de cerca de
70 m.
O talo de Laminaria é
dividido em três partes: a região apical, formada por uma Lâmina achatada
e longa; a região caulinar chamada Estipe e a região basal,
chamada Apressório, que tem como função fixar a alga ao substrato.
A região meristemática está localizada entre a lâmina e a estipe, sendo esta a
região de crescimento da alga (Figura 3).
Sargassum é o gênero mais comum de
alga parda nas costas brasileiras. Ele se apresenta formado por talos de ramos
curtos e achatado, em forma de folhas. Alguns ramos curtos apresentam vesículas
cheias de ar, que auxiliam na flutuação da alga, mantendo-a exposta à luz.
Essa alga
abriga uma série de organismos marinhos, que compõem a chamada Comunidade Fital
e podem abrigar cavalos marinhos em época de reprodução para darem a luz a seus
filhotes de forma mais protegida (Figura
4).
Figura
4 – Talo de Sargassum, alga parda muito comum no litoral
brasileiro. Notar a presença de ramos especiais contendo vesículas flutuadoras.
Extraída e modificada de Bold (1972)
As algas
pardas apresentam uma acentuada importância econômica como fonte de alimento
humano, sendo consumidas em larga escala pelos povos orientais. Nesse grupo, as
algas mais populares como alimento são pertencentes aos gêneros Laminaria e Undaria,
as populares “kombu” e “wakame” dos japoneses. Além disso, representantes como Fucus podem
conter compostos fenólicos para evitar a herbivoria, e terpenos com atividade
antimicrobiana ou antitumoral.
Algas
vermelhas (Filo Rhodophyta)
Dentro
desse grupo encontramos algas de coloração não só avermelhada, mas também
amarelada, esverdeada, azulada, violeta esverdeada e até enegrecida. Isso é
decorrente da grande quantidade de pigmentos que essas algas apresentam, desde
a clorofila a, carotenóides e ficobilinas (ficocianinas e
ficoeritrinas). As diferentes quantidades desses pigmentos são responsáveis
pelas variações na coloração dessas algas.
Algumas características desse grupo:
- Algas
macroscópicas, em geral há ocorrência de apenas um gênero unicelular (Porphyridium).
Os demais têm estrutura filamentosa.
- Grupo
predominantemente marinho, embora alguns gêneros sejam encontrados na água
doce, como é o caso de Batrachospermum.
- São
todas bentônicas, isto é, vivem associadas a substratos, presas a rochas ou
sobre outras algas. Portanto, não fazem parte dos organismos que integram o
plâncton.
-
Ausência total de flagelos, em todos os seus representantes e em todas as fases
da vida.
Parede
celular de celulose impregnada com ficocolóides. No caso das algas vermelhas
temos as agaranas (ágar-ágar) e as carragenanas. Essas substâncias podem também
preencher os espaços intercelulares e apresentam grande importância econômica.
Um importante gênero produtor de ficocolóides é Pterocladia.
Algumas
algas vermelhas têm deposição de carbonato de cálcio e de magnésio. São aquelas
pertencentes à Família Corallinaceae (algas calcárias que foram durante muito
tempo foram confundidas com os corais pelos biólogos). As algas coralináceas
são comuns em todos os oceanos do mundo crescendo sobre substratos onde recebam
luz suficiente. Uma espécie de alga coralinácea incrustante foi encontrada a
268 m, a maior profundidade registrada para um organismo fotossintetizante.
Algumas espécies formam crostas sobre as rochas.
A
reprodução sexuada nas algas vermelhas é regra no grupo, quase sempre com
indivíduos de sexos separados. É bastante complexa. Porém algumas espécies
podem ter reprodução assexuada com a liberação de esporos (monósporos) na água.
A
importância econômica do grupo é grande e podemos destacar o uso como alimento
e a produção de ficocolóides (nome que se dá aos hidrocolóides extraídos de
algas). Como alimento, o gênero mais utilizado é Porphyra, alga com
um talo foliáceo delicado, chamada de “nori” pelos povos orientais e muito
comercializada aqui no Brasil em lojas de produtos naturais e supermercados.
Grande parte da Porphyraque se consome aqui no Brasil é importada
do Japão ou da Coréia, onde se têm fazendas marinhas para a produção comercial
dessas algas. Essa alga é muito nutritiva e apresenta, além de sais minerais,
vitaminas A, B e C.
Quanto ao
conteúdo energético dessas algas, o organismo humano não consegue digerir a
celulose, pois não apresenta a enzima celulase, porém os povos asiáticos, por
terem muitas gerações de consumo dessa alga, conseguem um melhor acesso ao seu
conteúdo energético.
Além do
valor comercial na alimentação, as algas vermelhas também apresentam o
Agar-agar e a carragenana, produtos extraídos de sua parede celular que podem
ser usados na preparação de meios de cultivo para microorganismos, agentes
emulsificantes e estabilizantes na indústria alimentícia. No caso dos
ficocolóides, devido à sua composição química, eles só são hidrolizados por
enzimas encontradas em poucos animais e bactérias marinhas. Como o homem também
não possui enzimas para decompor esses longos polímeros de açúcares sulfatados,
eles não são digeridos e não são assimilados. Por isso, são usados em alimentos
dietéticos.
Os grupos
que apresentam grande deposição de carbonatos e que constituem as algas
vermelhas coralináceas têm sido usados como adubo e corretores do pH do solo na
agricultura. O Brasil, dono das maiores reservas mundiais dessas algas, tem
planos para iniciar sua exploração econômica em larga escala.
encontrei o que tava buscando em vários sites
ResponderExcluirtop
ResponderExcluirMuito ruim
ResponderExcluirMuito ruim
ResponderExcluirpq?
Excluirestou no primeiro período da faculdade e o site está ajudando muito! ótimo post, muito bem resumido
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