As Diatomáceas (Filo Bacillariophyta)



As algas compõem um grupo muito diversificado de seres vivos, o Reino Protista, com características morfológicas ainda simples, mas muito variada. Os protistas são os eucariotos mais primitivos e incluindo organismos que não apresentam características que os distinguem dos outros Reinos Plantae, Fungi e Animalia. Nossos estudos sobre os protistas incluirão apenas os que realizam fotossíntese.

As diatomáceas são organismos unicelulares ou coloniais, apresentando uma grande importância na composição do fitoplâncton. Servem como fonte primária de alimento para uma série de organismos aquáticos marinhos e de água doce por conter grande quantidade de ácidos graxos, carboidratos essenciais e vitaminas. São responsáveis por aproximadamente 25% da fixação global de carbono. Além disso, juntamente com algas pertencentes ao grupo dos dinoflagelados (estudados a seguir), são responsáveis por boa parte do oxigênio liberado na atmosfera.

O termo fitoplâncton representa a parte vegetal de uma comunidade aquática chamada PLÂNCTON, que reúne organismos que não conseguem vencer a força da correnteza.

Os pigmentos fotossintetizantes encontrados nessas algas são: Clorofila a, Clorofila cb-caroteno e várias xantofilas, como a fucoxantina (pigmento marrom-dourado).

O número de diatomáceas é grande (cerca de 250 gêneros e 100.000 espécies viventes), sendo que muitos ficologistas (estudiosos de algas) acreditam que esse número possa ser ainda maior. Há milhares de espécies extintas.
São algas peculiares pelo fato de apresentarem ausência de flagelos e pela parede celular dividida em duas partes que se sobrepõem, denominadas FRÚSTULAS. As frústulas são formadas de sílica opalina polimerizada. A parte superior da parede é chamada EPIVALVA e a inferior HIPOVALVA, sendo a região de interligação conhecida como REGIÃO PLEURAL.

Com base na simetria, reconhecem-se dois tipos de diatomáceas, as penadas, com simetria bilateral e as cêntricas com simetria radial. As diatomáceas penadas são encontradas em ambientes de água doce e salgado, ou associadas a sedimentos marinhos ou habitats relativamente rasos. Ex. de diatomáceas penadas: Navicula, Pinnularia, Thalassionema.

As diatomáceas cêntricas pelo fato de possuírem uma relação superfície/volume maior que a das penadas, flutuam com mais facilidade e são mais abundantes em grandes lagos e ambientes marinhos. Ex. de diatomáceas cêntricas: Coscinodiscus, Triceratium, Chaetoceros.

Algumas diatomáceas podem locomover-se por meio da secreção controlada de mucilagem por uma fenda na parede de silício.

A reprodução dessas algas ocorre principalmente por simples divisão celular, podendo ocorrer a reprodução sexuada em algumas populações de diatomáceas. Cada célula-filha recebe uma metade da frústula da célula parental e forma uma nova metade. Porém o tamanho da célula-filha é menor, fazendo com que o tamanho dessas algas vá diminuindo com o passar das gerações. Em algumas populações ocorre a reprodução sexual quando o tamanho dos indivíduos cai drasticamente. A reprodução sexuada também pode ocorrer devido a mudanças nas condições físicas do ambiente.

A reprodução sexuada das diatomáceas cêntricas é oogâmica, ou seja, o gameta feminino é maior que o gameta masculinho que possui um flagelo. Nas diatomáceas penadas, a reprodução é isogâmica, ambos gametas possuem o mesmo tamanho e forma, não possuindo flagelos.

Florações de Diatomáceas

Assim como foi explicado para as cianobactérias, em certas condições onde ocorra um aumento acentuado na concentração de nutrientes na água de lagos, lagoas e ambientes marinhos (eutrofização), ocasionado por processos naturais ou antrópicos, as diatomáceas podem proliferar acima do normal com a ocorrência da chamada FLORAÇÃO.

Apesar das florações tóxicas mais conhecidas e mostradas na mídia estarem geralmente associadas à cianobactérias e a dinoflagelados, Oliveira (2003) cita que vários casos de envenenamento têm sido relatados na literatura, decorrentes de toxinas liberadas por diatomáceas.

Algumas espécies produzem o chamado Ácido Domóico (um aminoácido extremamente tóxico, que pode ocasionar coma e morte). O envenenamento humano por essa substância geralmente está relacionado ao consumo de moluscos filtradores, como ostras, mexilhões e vieiras, os quais podem concentrar grandes quantidades da toxina.
 
Floração nas águas, maré vermelha

Importância Econômica das Diatomáceas

Espécies marinhas como Thalassiosira pseudonana são comumente usadas como alimento em cultivos marinhos de bivalves economicamente importantes, como as ostras. As diatomáceas fornecem aos animais carboidratos essenciais, ácidos graxos, esteróis e vitaminas.


Outro aspecto econômico interessante: As frústulas de sílica das diatomáceas, quando elas morrem, acabam sendo levadas para o fundo dos oceanos, formando depósitos nos sedimentos por milhões de anos. Esses depósitos, constituídos por uma substância fina e porosa, são denominados DIATOMITOS e apresentam grande importância econômica para o homem, pois são utilizados como abrasivos polidores de prata, como filtro, material isolante, componentes de alguns cremes dentais e até para fabricação de batons. No Brasil, tais depósitos podem ser encontrados na região Nordeste.

5 comentários :

  1. gostei bastante do texto. obrigada!

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  2. Qual a diferença entre os espinhos das diatomáceas de água quente e água fria?

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  3. EXCELENTE. E, AINDA, DEPOIS DE MORTAS (APÓS SECAGEM NA COSTA MARÍTIMA), SÃO TRAZIDAS PELOS VENTOS E ADUBAM LITERALMENTE A NOSSA AMAZÔNIA.

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