Temática - Subfilo Crustacea
Os
crustáceos incluem os caranguejos, as lagostas, os camarões de água doce, os
bichos-de-conta, as cracas e muitos tipos de camarões. Eles são primitiva e
predominantemente marinhos: das aproximadamente 38.000 espécies conhecidas, 84%
vivem no mar, 13% vivem na água doce e apenas 3% são terrestres. Esses
artrópodes são muito bem-sucedidos, extremamente numerosos como indivíduos e
também diversos: apenas no aspecto do comprimento os crustáceos variam de menos
de 1mm a 4m (alguns caranguejos-aranha).
Como eles
podem ser reconhecidos entre outros animais com os caracteres gerais dos
artrópodes? A principal particularidade diagnóstica é que os crustáceos possuem
dois pares de antenas; se você encontrar um artrópode óbvio, conte suas
antenas. O primeiro segmento da cabeça não tem apêndices e os dois próximos
contêm as antenas.
Comumente,
mas não sempre, os membros são birremes (com duas ramificações) e normalmente
os apêndices cefálicos incluem dois pares de maxilas.
Tipicamente,
o ciclo de vida inclui um estágio "náuplio", seja na primeira larva
nadante livre com três pares de apêndices, ou como um estágio contido no ovo em
desenvolvimento. Se houver uma larva náuplio o artrópode é um crustáceo, mas a
ausência do náuplio pode ser uma perda secundária, especialmente na água doce
ou no ambiente terrestre.
Muitas
particularidades características dos crustáceos estão associadas com o habitat
aquático - por exemplo, o endurecimento da cutícula por sais e cálcio e também
por proteínas curtidas associadas à quitina - e não são encontradas nos
crustáceos terrestres como os bichos-de-conta. Nos crustáceos aquáticos,
a troca gasosa respiratória ocorre sobre toda a superfície do corpo (nos
animais pequenos) ou nas brânquias, que são normalmente partes basais
modificadas dos apêndices, cobertas por uma cutícula mole e permeável. O
oxigênio é transportado no sangue pelo pigmento respiratório hemocianina. A
excreção ocorre parcialmente pela difusão de amônia através das brânquias ou da
parede do corpo, e em parte por meio de órgãos de origem mesodérmica que se
abrem na base do apêndice anterior.
No meio
de uma ampla evolução convergente, uma tendência evolutiva clara pode ser
reconhecida, como se segue:
Primitivamente,
os crustáceos provavelmente eram pequenos "camarões" que se
alimentavam por filtração, com uma vasta quantidade de apêndices semelhantes;
todos os apêndices atrás das antenas participavam da tomada de alimentos, da
locomoção e das trocas respiratórias. A partir de um certo ponto, a evolução
produziu, muitas vezes, formas maiores que viviam no fundo, que procuram e
capturam seus alimentos em maiores quantidades. Eles têm corpos relativamente
mais curtos e apêndices menos numerosos e mais especializados. A cabeça contém os
apêndices segmentares, dois pares de antenas, as mandíbulas (estruturas rígidas
para morder, originadas a partir da base do terceiro apêndice cefálico) e dois
pares de maxilas, talvez com algum apêndice anterior do tronco que auxiliam na
alimentação como "maxilípedes" e talvez também as "quelas"
(garras). A extremidade anterior ou "cefalotórax" fica encerrada em
uma concha ou "carapaça", uma câmara revestida de cutícula que
protege as brânquias. Os apêndices do tronco são especializados para caminhar
ou nadar. O ponto final extremo desta tendência é representado pelos
caranguejos, onde a carapaça, frequentemente grossa, é tão curta que, ao cobrir
o corpo, o abdome fica pregado sob ela, e os quatro pares de patas ficam tão
próximos que o caranguejo só consegue andar de lado.
Temática: Classes do Subfilo Crustácea.
Existem
cerca de 50 ordens de crustáceos, as principais são:
-
Braquiópodes, um
grupo muito diverso de camarões pequenos que se alimentam por filtração, muitos
na água doce, incluindo Chirocephalus, Artemia e a
pulga d’água Daphnia.
-
Copépodes,
camarões planctônicos extremamente comuns, principalmente no mar, que compõem
uma parte vital de muitas cadeias alimentares.
-
Ostrácodes, um
grupo bastante separado e antigo de crustáceos. Frequentemente com menos de 1
mm de comprimento, um ostrácode fica encerrado em uma concha calcária bivalve,
mesmo como um náuplio. A cabeça possui apêndices especiais e o tronco é
amplamente atrofiado. Diferente das pulgas d’água, os ostrácodes nadam
suavemente.
-
Cirrípedes são
crustáceos únicos e muito modificados: as cracas são todas sésseis, presas a um
substrato pela cabeça; eles colocam o alimento na boca com as patas. Eles
incluem a craca séssil extremamente comum em praias rochosas, Balanus e
a craca de navio, Lepas. A carapaça tornou-se um manto espesso
sobre o tronco, a cabeça adere ao substrato e quando a craca está submersa, as
placa superiores da concha abrem-se e as patas são lançadas para fora, formando
uma rede para a coleta de alimentos. Eles são hermafroditas de fertilização
cruzada. Assim como todos os animais adultos sésseis, eles dependem para a sua
dispersão de estágios larvais com motilidade.
Os Malacóstracos são
um grupo grande de crustáceos com cerca de 23.000 espécies, que não é
particularmente "avançado", mas inclui as maiores e mais conhecidas
espécies. A sua anatomia é relativamente constante: por exemplo, as regiões do
corpo (seis segmentos na cabeça, oito no tórax e seis no abdome), e a posição
dos poros genitais (sexto segmento abdominal na fêmea e oitavo no macho).
Os
Malacóstracos incluem alguns camarões primitivos com um sétimo segmento
abdominal (por exemplo, Nebalia), os camarões mântis (por exemplo, Squilla),
as formas australianas de água doce sem carapaça (por exemplo, Anaspides) e
dois grupos principais:
-
Peracarídeos, com
uma bolsa ventral no interior da qual o ovo se desenvolve, incluindo camarões
como Mysis, os anfípodes, lateralmente comprimidos, por exemplo,
saltadores de areia comoGammarus, os isópodes, comprimidos no sentido
dorsoventral, por exemplo, Ligia, no topo do costão, e o
bicho-de-conta no ambiente terrestre.
- Eucarídios sem
bolsa para chocagem, com a carapaça fundida na cutícula torácica. Estes são os
eufausiáceos, "krill", vitais para as cadeias alimentares dos oceanos
do hemisfério sul e os decápodes, onde os apêndices dos primeiros três
segmentos torácicos tornam-se maxilípedes que auxiliam na tomada de alimento,
deixando cinco pares de apêndices locomotores ("dez patas").
Classe
Remipedia
Apresenta
apenas 10 espécies descritas até hoje. São animais de cavernas em conexão com o
mar. Possuem de 25 a 38 segmentos no tronco (tórax e cefalotórax) todos com
apêndices natatórios pares e as antênulas são birremes. As maxilas (dois pares)
e os maxilípedes (um par) são preênseis, que é uma adaptação para
alimentação.
Classe
Cephalocarida
Distribui-se
na Costa do Golfo do México e Caribe e da Costa japonesa com apenas nove
espécies conhecidas. O tamanho pode variar de 2 a 3 milímetros, são encontrados
em regiões de entremarés até 300 metros de profundidade. Os apêndices torácicos
são semelhantes entre si. Não apresentam olhos, carapaça ou apêndices
abdominais. São hermafroditas verdadeiros eliminam óvulos e
espermatozoide através de um único duto.
Classe
Branquiopoda
É grupo
muito diverso de camarões pequenos. São conhecidas quatro ordens; Anostraca, Notostraca, Conchocastra que
são as artêmias e Cladocera representada pela pulga d’água Daphnia sp.
Possuem a primeira antena e a segunda maxila reduzida. Os apêndices são
achatados em forma de folhas (filopódios). Esses animais utilizam apêndices
para filtrar partículas em suspensão e em outros grupos também utilizam para
locomoção, com exceção nos cladóceros.
A maioria
dos branquiópodes é de água doce. Durante o verão, frequentemente produzem só
fêmeas partenogenéticas. Os ovos são resistentes ao frio e à dessecação. A
maioria dos cladóceros possui desenvolvimento direto já outros apresentam
metamorfose gradual.
Classe
Maxillopoda
Representa
vários grupos de crustáceos. Apresentam cinco somitos cefálicos, seis torácicos
e usualmente quatro somitos abdominais e um télson. O olho é nauplio e uma
estrutura chamada de olho naupliar.
· Subclasse
Mystacocarida
Inclui
crustáceos pequenos, menores que 0,5 mm de comprimento que vivem no interstício
do sedimento de praias. Existem apenas 10 espécies descritas com ampla
distribuição em todo o mundo.
· Subclasse
Copepoda
Apresentam
poucos cm de comprimento. Não apresentam carapaça, o olho é retido e naupliar
nos adultos. Os copépodes de vida livre são de extrema importância no primeiro
nível trófico consumidos em comunidades aquáticas. O Calanus sp
é o mais abundante do zooplâncton e compõe a maior biomassa total. É também a
maior fonte de alimento de peixes de importância econômica como a sardinha, as
baleias e os tubarões. Outros gêneros de copépodes também são comuns como Cyclops sp
e Diaptomus sp. A larva é náuplio: metanáuplio (quatro pares
de apêndices): uma série de larvas que se parecem progressivamente mais com o
adulto.
· Subclasse
Tantulocarida
Existem
12 espécies descritas até hoje. São ectoparasitas de outros crustáceos. O
tamanho pode variar de 0,15 a 0,2 mm. Não apresentam apêndices cefálicos,
apenas um par de antenas nas fêmeas. O ciclo de vida desses animais ainda não é
muito conhecido, mas existem evidências que é realizado por meio de
partenogênese. A larva é tântulo e penetra pela boca do
hospedeiro. Durante a metamorfose todas as suas patas são perdidas.
· Subclasse
Branchyura
É um
grupo de parasitas de peixes, medem aproximadamente de 5 a 10 mm de comprimento
e podem ser encontrados em água marinha e doce. Apresenta uma carapaça larga e
semelhante a um escudo, olhos compostos e quatro apêndices torácicos natatório.
A segunda maxila foi modificada por uma ventosa. O desenvolvimento é quase
direto não há náuplio e os jovens assemelham-se aos adultos com exceção do
tamanho.
· Subclasse
Cirripedia
São muito
modificados: as cracas (ordem Thoracica) são todas sésseis, presas a um
substrato pelo pedúnculo. A carapaça tornou-se um manto espesso sobre o tronco,
cabeça (pedúnculo) adere ao substrato e quando a craca está submersa, as placas
superiores da concha abrem-se e os cirros são lançados para fora, formando uma
rede para a coleta de alimentos. Eles são hermafroditas de fertilização
cruzada. Depois do náuplio, começa a vida como uma larva cypris. No animal
séssil, as larvas são particularmente importantes para a dispersão e a seleção
do habitat. Exemplos de espécies mais comuns são o Balanus sp e
a craca de navio, Lepas sp.
Classe
Malacostraca
Malacostraca
é a maior classe dos crustáceos com cerca de 23.000 espécies. Incluem alguns
camarões, isópodes, anfípodas, caranguejos, lagostas, ermitões entre outros.
· Ordem
Isopoda
São os
únicos crustáceos que se tornaram verdadeiramente terrestres. O corpo desses
animais é achatado dorsoventralmente e sem a carapaça, mas apresentam olhos
sésseis. Os maxilípedes são os primeiros pares de apêndices torácicos. Os
apêndices abdominais apresentam brânquias através de placas ventrais achatadas
na extremidade posterior do corpo, cobertas e encapsuladas pelos últimos
apêndices (urópodes). O desenvolvimento é direto, mas também pode ser
metamórfico em alguns parasitas. Um exemplo de isopoda é o tatuzinho de jardim, Armadillidium
vulgare, baratinha da praia,Ligia sp, que buscam fendas
úmidas nas praias rochosas.
· Ordem
Euphasiacea
Foram
registradas apenas 90 espécies. Medem aproximadamente de 3 a 6 cm de
comprimento. A carapaça é fundida com todos os segmentos torácicos. A maioria
desses animais são biolumenescentes através de uma estrutura chamada fotóforo.
Os ovos dos euphasiacea são nauplius e o desenvolvimento é indireto. Exemplo: Meganyctiphanes sp
(Krill).
· Ordem
Decapoda
Existem
aproximadamente 10.000 espécies descritas. São representados pelos camarões (Penaeus sp),
caranguejos (Grapsus Grapsus), lagostas (Palinurus argus),
ermitões (Clibanarius vittatus), siris (Callinectes danae) entre
outros, lembrando que esses exemplos são apenas alguns de uma imensa
diversidade. Possuem três pares de maxilípede e cinco pares de apêndices
ambulatórios (dez patas), sendo o primeiro modificado em pinças ou quelas. Os
olhos são pedunculados.
· Ordem
Amphipoda
Os
anfípodes da família Talitridae são comuns acima da linha da maré, nas praias
arenosas: os saltadores de areia vivem em covas acima da região da maré alta
durante o dia e emergem a noite, quando se alimentam de detritos. Existe uma
série de espécies com órgãos respiratórios progressivamente mais embutidos, mas
a colonização terrestre parece depender principalmente da tolerância à variação
da composição do fluido corporal e de adaptações comportamentais.
Alguns Exemplos:
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