Química Básica

As ciências naturais incluem disciplinas que mostram um estudo sistemático da natureza. Entre elas podemos citar, entre outras, a física, a biologia, a astronomia e a química.
A química estuda a natureza, as propriedades, a composição das substâncias, as maneiras pelas quais suas propriedades se relacionam com as suas composições e a interação destas substâncias, umas com as outras, para a produção de novos materiais. Do ponto de vista prático, a química é útil no discernimento dos problemas da sociedade, com aspectos técnicos e científicos, e usada com frequência em engenharia, agricultura, oceanografia, metalurgia, física, biologia, medicina, nutrição, tecnologia de recursos ambientais e em muitos outros campos.

Definições importantes
Um elemento é uma substância simples, fundamental e elementar. São elementos: o sódio, o cloro, o oxigênio, o carbono, entre outros; sendo que atualmente são conhecidos 109 elementos, dos quais 90 ocorrem naturalmente na Terra (os demais são sintetizados em laboratório). Um elemento não pode ser separado ou decomposto em substâncias mais simples. Os elementos podem ser representados por uma abreviação designada por símbolo químico. A primeira letra do símbolo é sempre maiúscula e as letras subsequentes são minúsculas.
Os elementos se combinam para formar os compostos. É importante lembrar que elementos e compostos são as duas espécies de substâncias puras. Um composto caracteriza-se por ter seus elementos constituintes presentes nas mesmas proporções em uma relação definida. O cloreto de sódio (sal de cozinha) é um composto formado pelos elementos sódio e cloro, sendo que é sempre constituído por 39,34% de sódio e 60,66% de cloro (porcentagens de massa).
As misturas diferem dos elementos e dos compostos por possuírem composição variável. Uma solução de cloreto de sódio em água é uma mistura de duas substâncias. Se dissolvermos quantidades variadas de sal em água obteremos soluções de composições diferenciadas. A maioria dos materiais que são encontrados na natureza ou produzidos em laboratório não são puros, mas sim misturas.

O átomo

O verdadeiro pai da Química moderna poderia ser considerado o inglês John Dalton (1766-1844), propondo sua teoria atômica da matéria por volta de 1803. No entanto, o conceito de átomo (do grego, átomos significa indivisível) foi sugerido por filósofos gregos entre 400 e 500 a.C., a partir da ideia de que a matéria não poderia ser indefinidamente dividida em partes cada vez menores e que, ao final do processo, seriam encontradas partículas indivisíveis. Mas tal teoria não estava baseada em resultados experimentais. No caso de Dalton, foram utilizadas as leis de conservação da massa e das proporções definidas, leis estas derivadas de muitas observações diretas. A teoria de Dalton pode ser expressa pelos seguintes postulados (BRADY e HUMISTON, 1986):
1 - Toda matéria é composta de partículas indivisíveis chamadas átomos.
2 - Todos os átomos de um dado elemento têm as mesmas propriedades (por exemplo, tamanho, forma e massa), as quais diferem das propriedades de todos os outros elementos.
3 - Uma reação química consiste, simplesmente, num rearranjo dos átomos de um conjunto de combinações para outro. Entretanto, os átomos individuais permanecem intactos.

Assim, entende-se que átomos são partículas submicroscópicas de que toda matéria é composta. Mesmo sendo formado por partículas menores, o átomo é considerado a unidade fundamental de um elemento.


No modelo atômico atual, o átomo é formado por duas regiões: o núcleo (minúsculo, mas responsável por praticamente toda a massa do átomo) e a região extranuclear (espaço vazio em volta do núcleo onde ficam distribuídos os elétrons). Por sua vez, o núcleo é composto por duas partículas: o próton e o nêutron. O próton possui massa praticamente igual à do átomo de hidrogênio (H), que é o átomo mais leve, e carga igual a +1. Já o nêutron é uma partícula sem carga e com massa igual à do próton. O número de massa tanto para o próton quanto para o nêutron tem o valor de 1.
Os agregados de dois ou mais átomos são denominados moléculas. No interior de uma molécula, os átomos permanecem juntos por forças chamadas ligações químicas.

Número atômico e número de massa

O número atômico equivale ao número de prótons existente em um átomo. Todos os átomos de um determinado elemento possuem o mesmo número de prótons. Logo, cada elemento químico possui um valor fixo para seu número atômico, o qual pode ser encontrado na tabela periódica.
O número de massa corresponde ao total do número de prótons somado ao número de nêutrons existentes no núcleo do átomo. Os valores dos números de massa de cada elemento químico também podem ser encontrados na tabela periódica.
A seguir está apresentada a forma como são expressos os valores dos números atômicos e de massa para cada elemento:
Átomos de um dado elemento podem ter diferentes números de massa. Sabendo que não há variação no número atômico, ou seja, a quantidade de prótons é sempre a mesma, as diferenças ocorrem devido a diferentes números de nêutrons contidos no núcleo. Tais átomos são chamados isótopos. A existência de isótopos é um fenômeno comum, e a maioria dos elementos ocorre, naturalmente, como mistura de isótopos. Como exemplo, consideremos os três isótopos de oxigênio: 
cada um destes átomos tem 8 prótons no seu núcleo e isto é o que indica que se trata de um átomo de oxigênio. Em outras palavras, o número atômico de um átomo identifica que elemento ele é.



Devemos ainda observar a distinção entre o número de massa de um isótopo e a sua massa real. O número de massa é simplesmente a contagem total do número de prótons mais o de nêutrons, e não é exatamente igual à massa do átomo.

Massa atômica e massa molecular




Tabela Periódica Online: http://www.ptable.com/?lang=pt

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Fórmula molecular a partir da fórmula mínima

A fórmula mínima ou empírica é formada pela menor razão de números inteiros relativos aos átomos dos diferentes elementos em um composto. Já a fórmula molecular é formada pelo número real de átomos dos diferentes elementos em um composto.
Em alguns casos a fórmula molecular e a fórmula mínima são iguais, como para a água: H2O. A razão 2:1 é a mínima possível. Neste caso dizemos que o múltiplo para a obtenção da fórmula molecular a partir da mínima é 1.
Já no caso do peróxido de hidrogênio, a fórmula molecular é H2O2, enquanto a fórmula é HO. Perceba que a razão entre os diferentes elementos na fórmula molecular é 2:2. Se dividirmos tudo por 2 chegamos a razão 1:1, que é a mínima possível. Assim, neste caso dizemos que o múltiplo entre a fórmula molecular e a mínima é 2.
Então sabemos que a fórmula molecular é um múltiplo de números inteiros da fórmula mínima, sendo que este múltiplo pode ser 1, como no H2O; 2, como em H2O2; ou 3, como em C3H6.
A massa molar é a informação que precisamos conhecer para descobrir qual é este múltiplo. O exemplo a seguir esclarece como determinamos a fórmula molecular a partir da fórmula mínima e da massa molar.

Exemplo retirado de MASTERTON, SLOWINSKI e STANITSKI, 1990 (p. 50):
A fórmula mínima da vitamina C é C3H4O3. A massa molar é cerca de 180 g/mol. Qual é a fórmula molecular da vitamina C?

Solução: A soma das massas atômicas de C3H4O3 é:
3(12,0) + 4(1,0) + 3(16,0) = 88,0
Portanto, a massa molar de C3H4O3 deve ser 88 g/mol. A massa molar aproximada é 180 g/mol, e cerca de o dobro de 88 (180/88 = 2,0). Portanto, a fórmula mínima multiplicada por 2 dará a fórmula molecular:
Fórmula molecular da vitamina C = 2 × C3H4O3 = C6H8O6

Referência Bibliográfica:
MASTERTON, W. L., SLOWINSKI, E. J., STANITSKI, C. L. Princípios de Química. Trad. Jossyl de Souza Peixoto. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1990.




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