História da Evolução dos Invertebrados
Para compreender a
evolução dos animais desde o passado até os dias de hoje são necessários que
existam alguns vestígios do passado, sendo estes por meio de evidências morfológicas (fósseis) ou evidências moleculares (biologia molecular).
Os fósseis preservam
vestígios que datam de antes da última era Glacial. As partes rígidas dos
animais podem ser preservadas sofrendo poucas mudanças na aparência, entre
os invertebrados, estas incluem as conchas dos moluscos e braquiópodes, os
esqueletos e as espículas dos equinodermos, mandíbulas etc. O exoesqueleto dos
artrópodes pode estar fossilizado por inteiro ou preservado como finos filmes
de carbono em rochas. As partes moles fossilizadas normalmente foram
transformadas em pedra pela substituição do material orgânico por minerais que
se encontram dissolvidos em águas subterrâneas.
Os fósseis podem ser
chamados de fósseis vivos (animais que não existiam mais, e que
em algum período foi descoberta a espécie viva), já os fósseis são rastros, linhas, covas
(impressões deixadas nas rochas por alguns animais, como por exemplo, a água
viva). O registro fóssil pode nos trazer informações acerca da estrutura e do
estilo de vida dos animais do passado e da sequência na qual eles surgiram: os
fatos sobre a dimensão do tempo podem permitir a construção de árvores
evolutivas.
Mesmo em um grupo com
muitos fósseis, como os artrópodes, alguns animais eram bastante comuns
antigamente, como as trilobitas. Em relação aos crustáceos, as cracas da praia
representam um formidável exemplo.
Desde os primeiros
fósseis até as formas modernas, existe uma tendência de redução no número das
placas laterais ao redor do corpo. Portanto, por meio das descobertas dos
fósseis, estes devem ser incluídos na reconstrução filogenética e podem
influenciar a classificação dos grupos atuais.
Muito já foi revelado
sobre as relações evolutivas, a partir de estudos de genes altamente
conservados, principalmente aqueles que codificam o RNA e os genes Hox que
padronizam o desenvolvimento ao longo de um eixo. As pesquisas sobre estes e
outros genes são muito intensas, de forma que qualquer publicação dos
resultados tornar-se-á rapidamente desatualizada.
Foi visto que os animais
estão mais estreitamente relacionados com os fungos do que ambos com as
plantas. Todos os animais multicelulares que conhecemos hoje têm um ancestral
comum. As esponjas, por exemplo, foram consideradas de acordo com a
morfologia tradicional, animais multicelulares mais simples e representam a
primeira ramificação da árvore construída a partir de dados obtidos com genes
ribossômicos. Já os ctenóforos e os cnidários se ramificam após as esponjas.
Os animais considerados triploblastos desencadearam a explosão Cambriana. A
determinação do tempo desses eventos é muito controversa, com as evidências
moleculares sugerindo origens consideravelmente mais precoces que as evidências
fósseis podem confirmar.
Por meio de estudos
moleculares as evidências dos genes 18SrDNA, realmente classificam os
platelmintos como celomados
protostômios em vez de
colocá-los na base dos triploblastos; mais recentemente, as evidências dos
genes Hox confirmaram esta classificação, que também se aplica aos nemertinos.
Existem evidências moleculares de que os moluscos e anelídeos apresentavam
semelhanças embrionárias larvais e surgiu a possibilidade de juntar os dois
filos em somente um. Mas isto ainda não foi possível.
Os nematódeos nos dias de hoje, são colocados perto
dos artrópodes, reavivando um agrupamento antigo de animais com cutículas
rígidas que sofrem mudas e usam a ecdisona no processo (no nematódeo Caenorhabditis elegans e no artrópode Drosophila melanogaster).
Os protostômios estão
divididos em dois grupos: os "Lofotrocozoários" e os
"Ecdisozoários". Os Lofotrocozoários incluem os anelídeos, moluscos e
protostômios com lofóforos (forônidas, briozoários e braquiópodes), enquanto os
Ecdisozoários abrangem todos os artrópodes, onicóforos, tardígrados e
nematódeos. Os platelmintos e os nemertinos são próximos dos Lofotrocozoários:
as opiniões variam se eles devem ser inclusos entre estes.
Pelo meio de evidências
moleculares os únicos filos remanescentes dos deuterostômios são Equinodermos,
Cordados e Hemicordados (se constituírem um filo separado). As relações entre
eles, e especificamente a natureza dos hemicordados, continuam sendo tão
controversas como sempre foram.
Dois exemplos são
considerados com maior profundidade: os equinodermos, porque o registro fóssil
é particularmente satisfatório para muitas classes, e os artrópodes, porque os
genes Hox de muitos exemplos estão se tornando particularmente bem conhecidos.
Em ambos os casos, as evidências moleculares podem ser detalhadamente
comparadas com as morfológicas, tanto a partir dos fosseis quanto dos animais
vivos.
O estudo morfológico dos
grupos vivos pode fornecer argumentos que apontam para uma única origem dos
artrópodes (monofilia) ou origens separadas para os crustáceos, quelicerados,
insetos e outros (polifilia), mas as evidências fósseis e moleculares apontam
para a monofilia. Por exemplo, acreditava-se que os apêndices birremes dos
crustáceos os separavam dos artrópodes, que possuem apêndices não ramificados;
antigamente, ambos eram unidos como unirremes (incluindo os onicóforos,
miriápodes e insetos).
A divisão do corpo no
prossoma e no opistossoma se desenvolve de forma semelhante em todos os
quelicerados vivos estudados e é uma característica exclusiva do filo. A
ausência total de antenas não se deve à ausência do primeiro segmento que
contém os apêndices: a expressão dos genes Hox nas aranhas e nos carrapatos
mostra que, pelo contrário, o prossoma como um todo corresponde à cabeça de
insetos e crustáceos, com as quelíceras no primeiro segmento que contêm os
apêndices e os pedipalpos no segundo. Quatro pares de patas para a locomoção
vêm em seguida: os apêndices usados como mandíbulas por muitos insetos e
crustáceos são utilizados como patas pelos quelicerados.
Os centípedes apresentam
o mesmo conjunto de genes Hox dos insetos, na realidade, apresentado por todos
os grupos de artrópodes: o fato destes genes não terem sido utilizados para
produzir segmentos especializados não permite relacioná-los em particular com
os insetos. Na realidade, com base em outras evidências, os centípedes parecem
mais próximos dos quelicerados que dos insetos e crustáceos.
A compreensão dos
mecanismos moleculares não nos permite identificar locais e processos possíveis
da mudança evolutiva. As filogenias baseadas nas mudanças (em taxas que podem
variar) em um único gene podem ser incertas, mas fontes adicionais de
informações estão sendo encontradas cada vez mais rápido; por exemplo, estudos
do genoma inteiro da mitocôndria. Nos dois exemplos escolhidos acima, o estudo
dos equinodermos está nos mostrando como pode ser proveitoso combinar as
informações provenientes dos fósseis e das moléculas, e o estudo dos genes
reguladores nos artrópodes revela novos usos para as informações moleculares.
acho que a imagem está desatualizada, pois os artrópodes deveriam estar do lado dos nematelmintos devido ao fato dos dois realizarem o processo de muda.
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