O hormônio é uma substância liberada por
uma glândula endócrina e transportada pela corrente sanguínea para atingir uma
estrutura ou função específica. Por isso, muitas funções fisiológicas
estão sob o controle hormonal.
Os hormônios são
observados nos platelmintos, anelídeos, moluscos, equinodermos, artrópodes
entre outros invertebrados e nos vertebrados. Eles influenciam no crescimento,
muda, reprodução, regeneração, metamorfose, mudança de cor e vários outros
processos.
O desenvolvimento dos
crustáceos, por exemplo, é por meio da muda. Este processo envolve a glândulas
do seio que produz hormônio para inibir a muda e o órgão Y da cabeça, que, por
sua vez, produz o hormônio que estimula o processo de muda. Já nos insetos, as
glândulas endócrinas epiteliais são os corpos alados, que secretam o hormônio
juvenil promovendo o crescimento e diferenciação estrutural das larvas e as
glândulas da muda, que produzem o ecdisona (esteróide), hormônio que estimula o
processo de muda. Assim, tanto nos crustáceos como nos insetos, o crescimento
do animal ocorre por meio do equilíbrio entre dois hormônios, o que inibe e
estimula o processo de muda.
Nos vertebrados as
principais glândulas endócrinas são a hipófise, pineal, tieróide, paratireóide,
pâncreas, gônadas, adrenais e supra-renais. Os hormônios secretados por essas
glândulas são classificados em esteróides, hormônios com estrutura de
peptídeos e proteínas e hormônios derivados de tirosina.
Os hormônios esteróides são derivados do colesterol e compreendem os
estrógenos, progesterona e corticóides (cortisona e aldosterona). Os hormônios
que possuem estrutura de peptídeos e proteínas atuam no sistema nervoso central
como neuro-hormônios, reguladores do trato gastrointestinal sobre as funções
pancreáticas (endócrinas e exócrinas), sobre os tecidos gonodais e
placentários. No entanto, o hormônio derivado de tirosina é a base para a
síntese dos hormônios da tireóide e catecolaminas.
O hipotálamo controla a
adeno-hipófise, glândula que produz hormônio folículo estimulante (FSH) e atua no crescimento e maturação dos folículos no ovário
e o hormônio luteinizante (LH) que estimula a formação e manutenção do corpo lúteo após a
concepção. Nos mamíferos, a ovulação ocorre pelo estímulo endócrino, diferente
do que acontece para os coelhos e gatos onde a liberação do óvulo ocorre em
decorrência do acasalamento.
Os testículos e ovários
produzem as células reprodutivas (ovócitos e espermatozóides) e secretam hormônios
esteróides como a testosterona, estrógeno e progesterona, que influenciam nas
características sexuais. A testosterona é um hormônio produzido pelos testículos que influencia nas
características sexual primária e secundária do macho como no tamanho dos
chifres do veado, espessamento do pescoço no touro, engrossamento da voz e
aparecimento de pêlo no homem. Os folículos ovarianos nas fêmeas produzem
estrógenos, como o estradiol, que junto com a progesterona preparam o útero para a recepção e implantação do gameta
fertilizado.
O estradiol é um
hormônio que regula o ciclo menstrual e desencadeia o aparecimento das
características sexuais secundárias na fêmea, sendo responsável pelo ciclo do
estro ou cio nos mamíferos. A progesterona é um hormônio que nos mamíferos
prepara o útero para a gravidez e as mamas para a produção do leite.
A glândula pineal
sintetiza melatonina a partir da serotonina. A síntese de melatonina é inibida pela
luz e estimulada pelo escuro, assim a síntese desse hormônio sinaliza o período
noturno, induz o sono e também apresenta ação inibitória sobre a puberdade.
A glândula tireóide está
localizada abaixo da laringe, de cada lado da traquéia, e secreta uma grande
quantidade de dois hormônios: a tiroxina e atriiodotironina, que exercem efeito sobre o metabolismo do corpo. Ela também
secreta a calcitonina, um hormônio com importante função sobre o metabolismo do cálcio.
A secreção da tireóide é controlada principalmente pelo hormônio liberador de
tireotropina da adeno-hipófise. Nos anfíbios, a tireóide atua na metamorfose
das larvas para a sua forma adulta.
A paratireoide é uma
glândula epitelial que no homem está situada atrás da tireóide ou englobada por
ela e é responsável pela secreção do paratormônio, um hormônio que regula
a concentração de cálcio e fosfato no sangue. O primeiro grupo de vertebrados a
apresentar essa glândula foram os anfíbios.
O pâncreas possui grupos
de células denominadas de ilhotas pancreáticas (de Langerhans) nos quais é
produzido o glucagon pelas células alfa, insulinapelas células beta, e somatostatina pelas células delta.
O glucagon é um hormônio
que aumenta a glicemia por intermédio do aumento da glicose sanguínea devido à
mobilização do glicogênio no fígado. Por outro lado, a insulina possui efeito
contrário ao glucagon, esta armazena carboidratos no músculo e fígado reduzindo
a glicose sanguínea. Desse modo, os dois hormônios controlam o fluxo e o
destino metabólico da glicose endógena, dos ácidos graxos livres, dos
aminoácidos e outros substratos que garantem as necessidades energéticas do
corpo. Coordenam ainda a distribuição eficiente dos nutrientes adquiridos pela
refeição atuando sobre o fígado, massa muscular e tecido adiposo.
O outro hormônio
produzido pelas ilhotas é a somatostatina, que regula a função endócrina do
hipotálamo, inibe a secreção do hormônio de crescimento, controla a secreção de
insulina e glucagon, e ainda é capaz de reduzir a taxa de absorção dos
nutrientes do trato gastrintestinal.
As glândulas adrenais se
localizam próximo aos rins e respondem pela produção dos hormônios epinefrina e norepinefrina. A epinefrina aumenta o
débito cardíaco, dilata os vasos sanguíneos centrais e desvia o fluxo para
outros locais. Esse hormônio também relaxa os músculos lisos dos bronquíolos
pulmonares, retarda os movimentos musculares do intestino e acelera a
transformação do glicogênio em glicose. A norepinefrina induz vasoconstrição e
proporciona tônus muscular a todo o sistema circulatório. Possui efeito
reduzido sobre o teor de açúcar no sangue e sobre a contração da musculatura
lisa.
Diante da breve
descrição desta vasta influência hormonal no desenvolvimento e funcionamento
dos organismos, verifica-se a ocorrência de hormônios similares ou idênticos em
diferentes animais. Por exemplo, moléculas similares à insulina estão presentes
no cérebro de insetos e no intestino de moluscos.
Outros hormônios típicos
de vertebrados também são encontrados em invertebrados e organismos
unicelulares como a somatostatina, neurotensina, B-endorfina, relaxina e calcitonina.
A prolactina, por sua vez, pode ser
encontrada nos vertebrados com diferentes funções, como por exemplo, atuando
sobre a atividade renal, regulando a permeabilidade das brânquias nos peixes,
estimulando a formação do leite no papo dos pombos, e nos mamíferos promovendo
a secreção do leite pelas glândulas mamárias. Assim, a ocorrência comum dessas
moléculas em uma ampla variedade de organismos gera indícios de que esta seja
um mensageiro intracelular.
boa
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