Os vertebrados originaram-se no mar e mais da metade dos vertebrados
viventes são de linhagens evolutivas que nunca deixaram o ambiente aquático. Os
habitats aquáticos são ambientes extremamente produtivos e a diversidade de
peixes existentes reflete a riqueza destes ambientes. A fauna atual inclui
descendentes dos primeiros peixes mandibulados: os Chondrichthyes, que incluem
os tubarões, raias e quimeras.
• Características Gerais
A principal característica dos condríctes é a presença de um endoesqueleto
cartilaginoso, formado principalmente por crânio e coluna vertebral.
As nadadeiras peitorais e pélvicas são dispostas aos pares, acompanhando
a simetria bilateral do corpo; enquanto as dorsais e a caudal são ímpares,
situadas sobre a linha longitudinal mediana do corpo.
O tegumento ou pele é rija, recoberta por inúmeras glândulas mucosas e
apresenta minúsculas escamas de origem epidérmica. Estas escamas são homólogas
aos dentes dos vertebrados; a derme dá origem à dentina e à polpa, e a epiderme
origina o esmalte. São chamadas placoides, porque se implantam na pele por uma
placa basal no lugar da raiz dentária. São elas que conferem à aspereza
caracterizada na pele dos condríctes. Quando seca, a pele dos tubarões é
utilizada como lixa de excelente qualidade!
Os peixes em geral não possuem pálpebras. Alguns tubarões, como o tigre
e o branco, têm uma membrana na parte inferior do olho, chamada de membrana
nictitante que tem como função proteger os olhos.
As raias não possuem essa membrana, mas algumas espécies que vivem
no fundo têm uma aba de pele que se estende sobre a pupila, que, embora não
seja móvel, funciona como uma proteção contra a luz em águas rasas.
Além disso, é provável que essa aba sirva também para ocultar as
pupilas, já que estas raias obtêm alimento se enterrando na areia e deixando
apenas os olhos para fora.
O olfato e a visão são bem desenvolvidos. Existe o ouvido interno com
função de equilíbrio. Em cada lado do corpo, desde o tronco até a cauda, existe
uma linha para a percepção da correnteza e pressão da água.
Na cabeça existem
as ampolas de Lorenzini, que funcionam como termorreceptores e também como
eletrorreceptores ( capazes de detectar as correntes elétricas dos músculos de outros organismos). São pequenas câmaras contendo células sensitivas ligadas a
fibras nervosas. Estão ligados a um pequeno canal que se abre para o exterior
por meio de poros.
Nas laterais da cabeça, pouco acima das nadadeiras peitorais, existem de
05 a 07 pares de brânquias envolvidas no processo respiratório, localizadas em
câmaras separadas, com fendas que se abre para o exterior. A água entra pela
boca ou por um orifício situado atrás de cada olho, chamado espiráculo em
comunicação com a faringe, derivado de uma fenda branquial que se modifica para
este fim.
Algumas espécies de tubarões não possuem estes orifícios, mas, em
contrapartida, muitas espécies de raia passam grandes parte de suas vidas
semienterradas na areia e respirando quase que exclusivamente pelo espiráculo.
A boca dos peixes cartilaginosos é ventral, com dentes esmaltados e as
narinas são comunicadas à cavidade bucal. A mandíbula e a maxila estão
presentes. O sistema digestivo é completo e o intestino possui válvula espiral,
que termina em cloaca.
Os condríctes possui um sistema circulatório simples, no qual o
sangue (apenas venoso) circula apenas uma vez no corpo do animal.
A excreção se dá por meio de rins mesonéfricos e o produto da excreção é
a ureia.
Os peixes cartilaginosos são desprovidos de bexiga natatória.
A cavidade cloacal – onde terminam os aparelhos digestivo, urinário e
reprodutor – abre-se para o exterior por meio de um orifício situado entre as
nadadeiras pélvicas. Nos tubarões e raias machos, essas nadadeiras apresentam
duas projeções chamadas clásperes, usadas na cópula. Há uma grande variação de
tamanho e formato, de acordo com a espécie. Em alguns casos, o clásper possui
um “espinho” que se abre após a penetração, no qual prende a fêmea ao macho até
o final da fecundação.
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clásperes |
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Dimorfismo sexual ( macho com clásper na nadadeira ventral; ausência na fêmea) |
Conclui-se daí que os peixes cartilaginosos têm sexos separados,
dimorfismo sexual e fecundação interna. Algumas espécies são ovíparas, mas a
grande maioria desenvolve seus filhotes internamente no próprio oviduto, sendo
por isso, chamados ovovivíparos. Poucas espécies de tubarões são vivíparos,
isto é, os embriões se desenvolvem no interior da corpo da fêmea,
alimentando-se de substâncias que retiram do sangue.
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Ovovíparos |
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Vivíparidade |
Curiosidades
Tubarões.
E daí?
O que logo te vem à cabeça
quando você ouve a palavra TUBARÃO?
Certamente aquela música
sinistra do filme TUBARÃO 1, 2, 3. Não é?
Devemos agradecer todo esse
medo a Hollywood, pois esta série de filmes, se encarregou de DEMONIZAR
esta criatura cartilaginosa, com um esqueleto hidrodinâmico, que habitas
os mares, chamada TUBARÃO.
Os ataques podem ser
divididos em provocados e não provocados. 90 % dos ataques de tubarão, não
provocados, se devem, a um erro de avaliação do animal. "O tubarão
acha que somos alguma coisa que não somos", segundo Gary Adkison, (SHARKBITEL
- "Mordida de tubarão! sobrevivendo ao grande branco"). Na maioria
das vezes o animal morde a vítima, para, por alguns segundos e depois solta. É
muito raro o animal fazer múltiplos ataques à mesma vítima. Depois que ele
sente o gosto, percebe que não é aquela comida com a qual está, acostumado,
solta a pessoa. O problema é que uma simples mordida pode provocar hemorragias
graves e se a vítima não for socorrida com urgência podendo até vir a falecer.
É importante lembrar que
tubarões seguem seus instintos, como todos os outros animais e são projetados
para caçar e comer grandes quantidades de carne e sua dieta compreende vários
seres do mar tais como peixes, tartarugas, Baleias, leões marinhos e focas. OS
SERES HUMANOS NÃO FAZEM PARTE DE SEU CARDAPIO. Graças a Deus!
Então
porque os ataques?
A confusão do tubarão é mais
fácil de compreender se enxergarmos sob o ponto de vista do animal. A maioria
das vítimas são surfistas, ou pessoas nadando na superfície. O animal nadando
embaixo da água tem como visão um formato oval com braços e pernas pendentes
remando pela superfície, Isto cria uma grande semelhança com um leão marinho ou
tartarugas que são presas do Tubarão branco e do tigre.
Outra possibilidade são
ataques a humanos, durante pesca esportiva, pois é comum os pescadores
acumularem peixes fisgados em sua cintura. Os tubarões são atraídos pelo
cheiro do sangue (a quilômetros de distância!) e impulsos elétricos emitidos
pelo peixe que se debate quando fisgado. Quando o tubarão chega ao local pode
se tornar agitado e agressivo e atacar o pescador.
Há casos porem em que o
animal responde a uma agressão, como é o exemplo de um tubarão- dormedor que
geralmente são peixes calmos que permanecem parados no fundo. Alguns
mergulhadores acham uma "boa ideia", puxar suas caldas e então podem
ser atacados pelo animal, como uma resposta a esta agressão.
Então quando mergulhar em
uma área possível de haver tubarões tome algumas precauções, como. Não nadar em
sua direção, não ficar acima dele, procure descer para uma posição um pouco
mais funda, não ficar muito tempo, na
superfície. Procure fazer
sua parada de segurança, o mais afastado possível, se avistar algum animal.
Quando em um naufrágio, avistar um tubarão e aí a recomendação vai para
qualquer peixe grande, não obstrua a passagem, pois o peixe pode se assustar
com sua presença e querer sai provocando um acidente. Não tente puxar a calda
do animal e evite qualquer objeto brilhante como brincos.
No mais fique tranquilo
durante seu mergulho e lembre-se que somos invasores nesse mundo oceânico,
então procure respeitar os seus habitantes.
Tubarões
sentem cheiro de sangue a distância?
"Isso ocorre devido ao formato e à fisiologia de seu
nariz. Conforme o tubarão nada, a água flui através de duas narinas frontais. A
água entra pela passagem nasal e passa por dobras de pele cobertas por células
sensoriais", explica biólogo e zootecnista Daniel Pereira Rocha.
Ele diz ainda que, em alguns animais, essas células
sensoriais podem detectar até mesmo os menores traços de sangue na água.
"Um grande tubarão-branco seria capaz de detectar uma única gota de sangue
em uma piscina olímpica", exemplifica.
Rocha destaca ainda o fato de olfato dos tubarões ser
direcional.Segundo ele, as duas cavidades nasais atuam como seus dois
ouvidos:odores que vêm da esquerda do tubarão chegam à cavidade esquerda
antes de chegar à direita. Desta forma, o tubarão pode identificar de onde vem o
odor e ir direto a ele.
Raias
ou Arraias?
As raias, arraias ou peixes batóides, todos
estes nomes referem-se ao mesmo organismo, contudo o mais aceito e mencionado
em livros das comunidades escolares e acadêmicas é Raia.
Todas
as raias são venenosas?
Luís Indriunas*
As arraias, que vivem tanto no mar quanto em rios, são
mansas e só atacam quando se sentem ameaçadas. Foi o que aconteceu com a que
matou o apresentador de TV australiano Steve Irwin, “o caçador de crocodilos”,
em setembro. Apesar de a polícia não ter liberado o vídeo que Steve fazia
quando morreu, há relatos de que a arraia de ferrão se assustou com a presença
dele e do cinegrafista. O apresentador nadava acima dela e o cinegrafista por
baixo. Encurralada, a arraia atingiu-o no peito com seu ferrão. Steve, ferido
no coração, morreu na hora. “Não dá para saber exatamente qual a espécie que
atacou Irwin, mas todas elas agem de maneira semelhante”, afirma o zoólogo Hugo
Ricardo Santos, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Existem 39 espécies de arraias com ferrão – ele equipa
todos os peixes com a aparência clássica de uma arraia, chata e com cauda em
forma de chicote. Esses animais são encontrados em toda a costa brasileira e na
maioria de nossos rios.
A vítima da ferroada sente uma dor aguda e sofre um
ferimento de cicatrização difícil, de conseqüências como necroses (morte de
tecidos) ou problemas cardiorrespiratórios. Ainda assim, acidentes fatais com
humanos são bastante raros – é preciso que um órgão vital seja atingido ou que
a pessoa seja muito sensível à peçonha.
Assim, é bom ficar longe delas. Evite nadar quando a maré
está baixa (e elas ficam mais expostas). Lugares com lama e com poucas ondas
são alguns dos prediletos das arraias. Pescadores e ribeirinhos, vítimas comuns
desses animais, costumam dar outra dica: ao entrar na água, não dê passos
largos – arraste os pés para avisar a arraia, que tem tempo de fugir sem que
ninguém saia ferido.
*O jornalista Luís Indriunas teve o pé direito ferroado
por uma arraia em 1999, no Pará.
Elas podem ferrar você
Acidentes com arraias raramente são fatais - mas são sempre dolorosos
Chicote natural
O ferrão é um espinho achatado, semelhante a uma lança,
que as arraias têm na cauda - dotada também de uma musculatura forte o bastante
para dar “chicotadas” em potenciais inimigos.
Rabo engatilhado
O peixe aciona sua arma quando se sente ameaçado -
geralmente por predadores como o tubarão, mas também por pisões acidentais. O
ferrão se eleva e fica em posição oblíqua em relação à cauda para facilitar o
disparo.
Como uma serra
O exterior do ferrão da arraia é rígido e tem um
serrilhado semelhante ao de uma faca de cortar pão. Se ele penetrar na carne,
as serrilhas reversas (como pontas de flechas) vão dilacerar o tecido ao sair.
Arma química
O interior do ferrão é equipado com glândulas de peçonha:
injetada na vítima, a substância pode causar dores, taquicardia, vômitos e
diarréia, entre outros sintomas.
Leia Mais: http://super.abril.com.br/ciencia/arraias-sao-animais-perigosos
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