Temática:
Espermatogênese
Os
espermatozoides são originados a partir de células especiais chamadas espermatogônias, que são células encontradas nos túbulos seminíferos que
compõe os testículos (fig. 1).
Fig. 1 – Formação dos espermatozóides, a
partir de espermatogônias localizadas nas paredes dos túbulos seminíferos dos
testículos (modificado de MARCONDES, 1998).
Costuma-se
dividir a espermatogênese em quatro fases: Multiplicação ou Proliferação, Crescimento,
Maturação e Diferenciação ou Espermiogênese (fig.
2).
Fig.2 – Esquema das fases da espermatogênese
1a – Multiplicação ou Proliferação: começa na vida
intra-uterina e prossegue praticamente por toda a vida. É a fase em que há a
multiplicação por mitose das células germinativas primordiais (2n), ou seja,
células primordiais localizadas nos testículos se dividem por mitose, no qual
originará ESPERMATOGÔNIAS, como que, para criar um estoque
dessas células, que posteriormente formarão as células reprodutivas
(espermatozóides).
2a – Crescimento:
É a fase de crescimento celular (aumento de volume), não havendo divisão
celular (as células continuam diplóides - 2n).
3a – Maturação:
Fase que ocorre a redução do número de cromossomos, pelo qual, por divisão meiótica o número de cromossomos é reduzido
pela metade.
4a – Diferenciação ou Espermiogênese:
as espermátides (n) diferenciam-se em espermatozóides (fig. 6 ).
As células germinativas primordiais (nos testículos) se dividem por mitose
originando as espermatogônias,
que crescem e formam os espermatócitos
I (de primeira ordem). Na
puberdade, esses espermatócitos
I, dividem-se por meiose e produz, na primeira divisão da
meiose 2 células haplóides (n) chamadas espermatócitos
II (de segunda ordem). Depois
da segunda divisão meiótica, 4 células haplóides serão produzidas, as espermátidesque se
diferenciarão em espermatozóides (no caso do ser humano, 23 cromossomos).
As
células primordiais aparecem ainda no embrião masculino e feminino, por volta
da terceira semana de desenvolvimento embrionário, quando são encontradas na
parede saco vitelino, perto da extremidade caudal do embrião, pelo qual migram
para as gônadas em desenvolvimento (fig. 3)
Fig. 3 – Embrião de 3 semanas. Nota-se
células germinativas primordiais ainda no saco vitelino (modificado de LANGMAN
& SADLER, 1997).
Os
espermatozoides são células móveis, bem menores que os óvulos, com funções de
ativá-lo e fornecer um núcleo haplóide, contribuindo com metade do patrimônio
cromossômico do embrião. Nele observam-se três divisões principais: (1) cabeça,
com funções ativadora e genética, (2) peça intermediária, com função
metabólica, e (3) cauda (flagelo), com função de motilidade. Na frente do
núcleo, principal porção da cabeça, fica o acrossomo relacionado com a entrada
do espermatozoide no óvulo (fig. 4).
Fig.
4 – Tipos morfológicos de espermatozóides; (A) Ser Humano; (B)
Caranguejo; (C) Ouriço-do-mar e (D) Sapo. (retirado e modificado de GOWDAK
& MATTOS, 1990).
Temática: Ovogênese ou Ovulogênese
Depois que as células
germinativas primordiais atingem a gônada feminina, elas dividem-se
rapidamente, e originam ovogônias (ou ovulogônias). Por volta do
terceiro mês de desenvolvimento, estas ovogônias se localizam na porção
cortical do ovário, onde estão dispostas em agrupamentos envoltos por uma
camada de células epiteliais achatadas (células foliculares) o folículo ovariano primário ou folículo primordial (fig. 1).
No fim do terceiro mês de desenvolvimento embrionário, algumas das
ovogônias se diferenciam, ficando de tamanho bem maior e entram em meiose, sem
completar essa divisão, permanecendo assim por muitos anos, passando a ser
chamada de ovócito primário ou de primeira ordem ou ovócito.
O ovócito I aumenta de tamanho enquanto que
células foliculares se tornam cúbicas e começam a proliferar, formam um
revestimento cada vez mais espesso. Além disso, as células foliculares
depositam um material acelular constituído por glicoproteínas na superfície do
ovócito a zona pelúcida (fig. 10).
Fig. 1 - Esquema de um
folículo primordial que consiste em ovócito primário circundado por uma camada
de células epiteliais achatadas (A). O folículo amadurece e suas células
tornam-se cúbicas (B) secretando a zona pelúcida (C). (extraído e modificado de
LANGMAN & SADLER, 1997).
À medida que se processa o desenvolvimento, as células começam a
proliferar, formando assim uma espessa camada celular em torno do ovócito I. Posteriormente surgem espaços
cheios de líquido entre as células foliculares e quando tais espaços se unem,
temos então e formação do “antro folicular” (ou cavidade folicular).
Inicialmente o antro tem a forma de uma meia lua, mas com o tempo aumenta.
A evolução do folículo primário da origem ao folículo secundário.
As células foliculares se organizam de maneira que o ovócito I torna-se circundado por um grupo
celular que projeta-se em direção ao antro, o cumulus
oophorus ou cúmulus ovaricus.” (fig. 2).
Fig. 2 - Folículo em
maturação. Ovócito rodeado pela zona pelúcida está em situação excêntrica (A).
O folículo apresenta um espaço interno, a cavidade folicular, formada pela
junção dos espaços entre as células (A e B). Em (B), observa-se o folículo
maduro (Folículo de Graaf). A cavidade ou antro folicular está cheia de líquido
folicular e apresenta-se envolto por uma camada de células foliculares. O
ovócito está envolto por um acúmulo de células foliculares; é o cumulus
oophorus (extraído e modificado de LANGMAN & SADLER, 1997).
A
camada simples de células foliculares que envolvem mais intimamente o ovócito primário é chamada corona radiata. A
contínua proliferação das células foliculares e a produção do líquido do
folículo darão as características do folículo maduro, também conhecido por folículo de Graaf, com diâmetro
entre 2 a 2,5 cm nos seres humanos. O cumulus
oophorus, constituído pelo ovócito primário, a corona radiata e outras
células foliculares, ao longo do desenvolvimento, desgarra-se da sua base e
flutua livremente no líquido folicular.
Fig. 3 - No óvulo humano, observa-se membrana vitelina; plasma
germinativo; vesícula
germinativa; mancha germinativa; zona pelúcida e a corona radiata.
Na fase madura, o folículo é conhecido como “folículo de Graaf” e está cercado por duas camadas de
tecido conectivo: uma interna celular, rica em vasos sanguíneos e uma externa
fibrosa.
A célula maior é o ovócito
secundário (ovócito II) e a
outra é o corpúsculo polar.
O ovócito II dará origem ao óvulo e a um corpúsculo polar. O corpúsculo
polar formado na 1a divisão,
vai originar 2 corpúsculos
polares, ou seja, depois da segunda divisão meiótica teremos 4 células
haplóides (3 corpúsculos polares e 1 óvulo).
Assim, a divisão meiótica da ovulogênese, origina 4 células haplóides,
mas só uma delas será uma célula reprodutora feminina, ou seja, um óvulo.
Entretanto, o ovócito II só sofrerá a segunda meiose se for
fecundado. É o espermatozoide que ativa a segunda etapa da meiose.
Assim, o ovócito
II é o gameta feminino, ele possui
grande quantidade de vitelo. Após ser fecundado pelo espermatozoide masculino,
ele passa pela “meiose II”, e teremos como fruto dessa divisão o óvulo.
O folículo Graaf (folículo maduro) depois de expelir o
ovócito II passa a ser chamado de “corpo
lúteo” que é o responsável pela produção do hormônio progesterona.
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