Evolução Inicial dos Vertebrados Terrestres

Os primeiros vertebrados terrestres apareceram no Devoniano superior, período em que ocorreu o aumento na diversidade e na especificidade de habitats. Todas as alterações ocorridas no planeta durante este período foram primordiais para o aparecimento dos primeiros vertebrados terrestres. 

Os ecossistemas terrestres do Devoniano médio inicialmente restringiam-se a regiões úmidas e baixas próximas a corpos de água, em função do padrão de reprodução dos primeiros vegetais terrestres (briófitas). As briófitas necessitavam de meio líquido para sua fecundação. No Devoniano superior surgem as progimnospermas, primeiras plantas com sementes e com troncos de até um metro de diâmetro e dez metros de altura. As plantas, agora maiores, propiciaram ambientes sombreados, restringindo a insolação direta sobre o solo, o que contribuiu para o aumento da umidade relativa do ar. Desta maneira, novos microclimas surgiram e, de fato, os vegetais conquistaram o ambiente terrestre.

O ambiente aquático no Devoniano era instável e durante os períodos de seca, muitos lagos e riachos evaporavam. Apenas os peixes adaptados a utilizar o ar atmosférico sobreviviam. As brânquias não eram estruturas adaptadas para uso fora da água. Os peixes que conseguiram sobreviver acabaram por desenvolver um tipo de pulmão vascularizado que acabou por levar ao surgimento da circulação dupla.

Os membros locomotores dos vertebrados também surgiram durante o período Devoniano. Acreditava-se que quando os lagos de água doce do Devoniano evaporavam-se durante as secas estacionais, os vertebrados aquáticos eram forçados a mover-se para outros que ainda contivessem água. As nadadeiras carnosas dos sarcopterígios (os peixes pulmonados atuais) poderiam ser usadas como remos para impulsionar sua passagem pela terra em busca de água. Dessa maneira, o desenvolvimento gradual dos membros evoluiu como um meio de sobrevivência na água.

Porém, a descoberta de recentes fósseis mais completos de tetrápodes modifica essa teoria. Os fósseis indicam que todas as características desses animais eram aquáticas, apesar dos membros locomotores tetrápodes. Atualmente acredita-se que os tetrápodes desenvolveram seus membros na água, e só então, por razões desconhecidas, começaram a se arrastar para fora da água. Acredita-se que os peixes de nadadeiras lobadas sejam os parentes mais próximos dos tetrápodes. Tanto os primeiros como os segundos compartilham diversas características quanto ao crânio, dentes e cintura escapular.



O conturbado período Devoniano foi seguido pelo Carbonífero, caracterizado por um clima quente e úmido. Os ecossistemas terrestres tornaram-se cada vez mais complexos. As plantas diversificaram-se e aumentaram em tamanho e apareceram novos invertebrados cada vez mais especializados, incluindo os insetos que se alimentavam das plantas vivas. Neste período também, todos os grandes grupos de peixes (ostracodermes, Placodermi, Chondrhichthyes, Acanthodii) estavam diversificados, adaptados e bem distribuídos pelos ambientes marinhos e de águas continentais e provavelmente formavam comunidades ecológicas complexas com alto grau de competição e predação.

Exatamente neste ambiente surgiram os primeiros vertebrados terrestres, predadores insetívoros e, quanto à forma e ao tamanho do corpo, similares aos modernos salamandras e lagartos.  Os anfíbios primitivos deste período aperfeiçoaram suas adaptações para a vida aquática: o corpo se tornou achatado para se mover através de águas rasas e os membros, ainda fracos, eram mais especializados para a natação do que para a vida terrestre.

Todos os anfíbios utilizam sua pele porosa para respiração. Esta especialização foi estimulada pelos ambientes pantanosos do Carbonífero, mas representa sérios problemas de ressecamento para a vida terrestre.

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