Heredogramas



Um dos problemas enfrentados pela genética é a não possibilidade, por motivos óbvios, de se realizarem cruzamentos dirigidos entre seres humanos.


Dessa forma, conhecer as características dos familiares envolvidos em uma dada problemática genética é de fundamental importância para a determinação dos genótipos dos envolvidos. Assim, surgiu o que conhecemos popularmente como árvores genealógicas, mas que em âmbito científico chamamos de heredogramas (do grego heredium, herança).


Um heredograma nada mais é do que a representação gráfica do histórico de uma ou mais famílias para um dado traço genético. Os indivíduos masculinos são representados com quadrados e os indivíduos femininos com círculos. Veja a ilustração abaixo:










A ligação por uma linha horizontal entre um homem e uma mulher caracteriza um casamento. Entretanto, pode ocorrer que esse casamento seja consanguíneo (indivíduos da mesma família), como, por exemplo, o casamento entre primos e, nesse caso, fazemos uma linha dupla ligando os indivíduos.


Por definição, sempre representamos os homens antes das mulheres.











Quando existem filhos desses casamentos, fazemos a representação de toda linhagem partindo-se de uma linha vertical da ligação do casal. Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento.











Na representação acima podemos observar que um casal normal teve três filhos: o mais velho é um menino normal, o segundo filho é uma menina com algum traço genético e o filho mais novo é uma menina normal. Já um casamento sem filhos é representado da seguinte maneira:












Podemos considerar também a existência de gêmeos:











Quando falamos em casamento temos de levar em consideração que a mulher pode estar grávida. Nesse caso, usaremos as representações abaixo:








Para representar um indivíduo já falecido, usamos o seguinte símbolo:








Se uma mulher for portadora de um caráter ligado ao cromossomo X, iremos representá-la da seguinte maneira:











Para a localização dos indivíduos em um heredograma, foi adotada por convenção, a utilização dos números romanos para indicar gerações e números arábicos para indicar os indivíduos em uma geração. Veja:









Conhecidos os principais símbolos utilizados nos heredogramas, vamos, a partir de agora, fazer uma análise de um caso. Observe o heredograma acima.


Suponhamos que o casal II-3 II-4 deseja saber qual a probabilidade de virem a ter um filho (independente do sexo da criança) com a mesma característica genética de seu irmãos II-2 e II-5, e de seus pais I-1 e I-4.


Antes de tentarmos resolver esse problema vamos a algumas dicas de como saber se a herança em questão é de origem dominante ou recessiva.


Quando temos pais normais que têm um filho afetado por alguma característica genética, dizemos que a herança é recessiva:


Se considerarmos a letra A como representante dessa característica, teremos o seguinte:











Dessa forma, sendo os pais heterozigotos, e, portanto, normais, temos 25% de chances de o filho vir a ter essa característica, o que torna o resultado possível.


Entretanto, quando temos pais afetados, será que eles poderiam ter um filho normal? A resposta é sim, desde que a herança seja dominante, ou seja, um gene dominante causa tal característica:











Adicionando-se os genótipos:











Portanto, fica aqui uma regrinha que vale a pena repetir: pais normais que tem um filho afetado, herança de origem recessiva; pais afetados que tem um filho normal, herança de origem dominante.


Retornando ao problema proposto inicialmente, podemos verificar que a herança tem caráter recessivo. Assim, podemos marcar todos os indivíduos afetados com genes recessivos (aqui usaremos a letra t, só para sair da rotina um pouco!).


Como os genes tt nos indivíduos II-2 e II-5 têm de ter vindos um da mãe e outro do pai pode concluir que I-2 tem um gene t e, sendo normal, deve ter um gene T. Usando o mesmo raciocínio vale para o restante do problema e chegamos ao resultado final:












Infelizmente não existe milagre nesse caso. Embora possa ter parecido um pouco confuso, a resolução é simples, mas somente se tornará simples quando você tentar resolver por si só. Embora o exemplo acima tenha possibilitado a determinação de todos os genótipos nem sempre isso vai acontecer. Algumas vezes você não terá dados suficientes para saber se um indivíduo é TT ou Tt. Nesse caso iremos deixar indicado como T_.






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