Segmentação em Mamíferos

A segmentação em mamíferos é total (holoblástica). Após o ovócito fecundado atingir a fase de duas células, sofre uma série de divisões mitóticas, que têm como consequência um aumento do número de células. Estas células, que se tornam menores após cada divisão de segmentação, são conhecidas pelo nome de blastômeros.
Experiências in vitro demonstraram que o zigoto humano atinge a fase de duas células, aproximadamente 30 horas após a fecundação. Neste período, geralmente, uma célula é maior que a outra e provavelmente se divide primeiro, no qual resultará uma fase tricelular. Subsequentemente, a pequena célula também se divide, e o zigoto, então passa a ser constituído por quatro células, duas maiores e duas menores - In vitro a fase de quatro células é atingida 40 a 50 horas após a fertilização. (fig. 1)





 À medida que a segmentação progride, o zigoto desce pela tuba uterina e, quando ele atinge a fase de 12-16 células, recebe o nome de mórula. (fig. 2) A mórula é constituída por um grupo de células colocadas centralmente, a massa celular interna, por sua vez, envolta por uma camada de células, a chamada massa celular externa. Se bem que, nessa fase do desenvolvimento, todas as células da mórula possuem um aspecto igual, o estudo realizado em fases subsequentes mostra que a massa celular interna dá origem ao embrião, e a massa celular externa forma o trofoblasto que, posteriormente, originará a placenta. Admite-se que a mórula atinja a cavidade uterina na fase de 12 a 16 células, o que in vitro, corresponde aproximadamente há 60 horas após a fecundação.






FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO
Enquanto a mórula continua a se dividir, o líquido existente dentro da ca-vidade uterina penetra na mórula e ocupa os espaços intercelulares. Es-tes espaços intercelulares se unem e formam uma cavidade interna única cheia de líquido, chamada blastocele. Nesse momento, a zona pelúcida já desapareceu (por volta do 4o dia em seres humanos – cerca de 100 a 140 horas após a fertilização) e o zigoto recebe o nome de blastocisto. O blastocisto forma duas porções de:
·         Uma camada celular externa, o trofoblasto, que originará parte da placenta;
·         Um grupo de células localizadas centralmente, formando uma mas-sa celular interna denominada embrioblasto (botão embrionário) que dará origem ao embrião.
 Os espaços preenchidos com líquido se unem, formando a cavidade blas-tocística e transformando a mórula em um blastocisto. (fig. 3)








As células do trofoblasto começam a proliferar e invadem o endométrio (camada celular que reveste o útero). Ao final da primeira semana, o blastocisto (nome dado ao conjunto trofoblasto/ embrioblasto) está superficialmente implantado no endométrio uterino. Nessa fase, o trofoblasto diferencia-se em duas camadas de células. A camada externa é denominada sinciciotro-foblasto e a interna, citotrofoblasto. No sinciciotrofoblasto surgem lacunas que posteriormente entram em contato com os vasos sanguíneos maternos (sinusóides), que inicia a futura circulação uteroplacentária.
No momento da implantação a mucosa uterina está na fase secretora ou progestacional. (fig. 4) Esta fase é determinada pela ação do progesterona produzida pelo corpo lúteo. Os primeiros sinais de sua ação podem ser observados dois ou três dias após a ovulação.










Em decorrência da ação do hormônio progesterona, observam-se mudanças no endométrio, que fica mais edematoso, sendo observadas três camadas: a compacta, superficial; a esponjosa intermediária e a basal. (fig. 5)







Se ocorrer a fecundação, as glândulas do endométrio apresentarão uma atividade secretora constante e crescente, descarregando seus produtos, inclusive a mucina e glicogênio, na luz (cavidade do útero). As artérias tor-nam-se tortuosas e formam um leito capilar denso, logo abaixo do epitélio. O endométrio torna-se bastante edematoso. A mucosa uterina está então pronta para receber o blastocisto. Normalmente, o blastocisto humano se aloja no endométrio ao longo da parede anterior ou posterior do corpo do útero no qual se adere entre as aberturas das glândulas do endométrio ou, ocasionalmente na abertura de um dos condutos glandulares. Após a formação da blástula, no final dasegmentação, inicia-se a gastrulação, processo em que as células continuam a se dividir, no qual ocorre o aumento do volume total, que originará a gástrula.

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