Agrotóxicos e Organismos Geneticamente Modificados (OGM)





O que são agrotóxicos?
São substâncias químicas – pesticidas herbicidas e adubos químicos -utilizadas na agricultura e nas pastagens com o objetivo de preservá-los da ação de insetos, pequenos animais, ou substâncias nocivas. O uso dessas substâncias na agricultura agride de forma violenta à natureza, podendo contaminar os solos e atingir o lençol freático, rios e lagos. O consumo dos produtos tratados com agrotóxicos causa sérios danos à saúde, tanto dos trabalhadores rurais quanto dos consumidores.
Uma das soluções apontadas por pesquisadores é a substituição de fertilizantes químicos, por adubos orgânicos, além de proporem o controle biológico das pragas. Este controle é feito introduzindo na lavoura, predadores naturais, abolindo desse modo os pesticidas e os herbicidas.
   
Histórico
Os agrotóxicos foram criados na tentativa de defender a agricultura contra pragas que atacam as plantações. O uso de agrotóxicos teve inicio na década de 20 do século passado, mas começaram a serem usados em escala mundial após a segunda grande Guerra Mundial. Porém o uso dos agrotóxicos não ficou restrito às lavouras. Alguns deles serviram também como arma química nas guerras da Coréia e do Vietnã, promovidas pelos EUA, que usou o Agente Laranja para dizimar milhares de soldados e civis.
Apesar dos efeitos mortais causado por esses produtos, muitos países da África, da Ásia e da América Latina por terem na agricultura a base principal de sustentação econômica, sofreram fortes pressões de organismos financiadores internacionais para adquirir essas substâncias químicas, que alegavam que os agrotóxicos garantiriam a produção de alimentos para combater a fome.Ao aceitar esse argumento o Brasil tornou-se um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. O uso em larga escala na agricultura brasileira ocorreu a partir da década de 1970, chegando a gastar, anualmente, cerca de 2,5 bilhões de dólares nessas compras. O mais grave é que no Brasil por muito tempo, pouco ou nada se fez para controlar os impactos sobre a saúde dos produtores e consumidores desses alimentos impregnados por essas substâncias.
Atualmente produtores e consumidores já possuem informações sobre os danos à saúde e as ameaças dessas substâncias para o meio ambiente.

Em que alimentos podem ser encontrados agrotóxicos?
Os agrotóxicos podem ser encontrados em vegetais - verduras, legumes, frutas e grãos -, açúcar, café e mel; nos alimentos de origem animal - leite, ovos, carnes e frangos -, que são contaminados quando o animal se alimenta de água ou ração contaminada. Importante ressaltar que o uso de agrotóxico promove um efeito acumulativo ao longo da cadeia alimentar, provocando um efeito chamado bioacumulativo, que é o aumento das concentrações de substâncias nocivas de acordo com o aumento do nível nutricional.


Temática: Agrotóxicos: Males à natureza e perigos à saúde
    

Nessa aula será apresentada a influência existente entre o uso do agrotóxico, a consciência ecológica e à saúde. Pesquisas mostram que o uso intensivo de agrotóxicos é responsável pela degradação do solo, da água, da flora e da fauna e em alguns casos de forma irreversível.
Para o meio ambiente as consequências são os desequilíbrios biológicos e ecológicos. Isto porque o uso de agrotóxicos é responsável pela perda da biodiversidade, extinção de espécies, degradação ambiental e a qualidade de vida.
Para a saúde da população, o consumo de produtos com agrotóxicos compromete a qualidade de vida, pois a saúde é afetada podendo provocar três tipos de intoxicação: a aguda, a sub-aguda e a crônica. Na intoxicação aguda, os sintomas surgem rapidamente; quando há intoxicação sub-aguda, os sintomas vão aparecendo gradativamente, como dor de cabeça, dor de estômago e sonolência. Já na intoxicação crônica, os sintomas podem surgir após meses ou anos de exposição. Nesses casos podem surgir paralisias e outras doenças como o câncer. Alguns fatores negativos que contribuem para o uso e o consumo indiscriminado de produtos com agrotóxicos são: a propaganda massiva, o receio dos produtores de perder a produtividade da safra e a ideia disseminada do “fruto grande e bonito é o que vende”, etc. Há também a intoxicação sofrida pelos trabalhadores rurais que não utilizam equipamentos de proteção e não possuem informações dos riscos à sua saúde.
   
 Controle dos produtos
No Brasil a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é o órgão fiscalizador dos produtos que usam agrotóxicos. Uma das medidas adotadas em relação ao controle do uso e do consumo de produtos como pesticidas é a obrigatoriedade da apresentação no rótulo, da cor correspondente à classe de sua toxicidade:
    



Cuidados com o uso dos agrotóxicos
Ao comprar um produto agrotóxico é importante observar qual o grupo químico a que pertencem o produto e o seu grau de toxicidade para o ser humano. Deve-se ler atentamente as recomendações sobre a maneira de manipular, de misturar, de aplicar, de armazenar e como deve ser feito o descarte das embalagens. Os cuidados especiais que os trabalhadores devem tomar é utilizar luvas para proteger as mãos, os braços e os pés com calçado, usar máscaras respiratórias e roupas adequadas.


Temática: Cultivo sem agrotóxicos: educação ambiental e Organismos Geneticamente Modificados (OGM)

Cultivo sem agrotóxicos: educação ambiental
Atualmente existem os chamados núcleos de agricultura natural ou orgânica, que surgiram como alternativa ao modelo das monoculturas, que somente levam em conta a produtividade, mesmo que comprometa a saúde dos lavradores e dos consumidores. Os produtos orgânicos (sem agrotóxicos) estão ganhando espaço cada vez mais junto aos consumidores, que podem encontrar esses produtos em supermercados, feiras e outros locais. Os produtos orgânicos geralmente possuem um tamanho menor e levam um tempo maior para serem produzidos e colhidos.
A Lei nº 10.831, sancionada em 28/11/2003, trata-se sobre a organização da produção, a certificação e comercialização da produção agrícola orgânica.
Há atualmente uma consciência ecológica por parte dos consumidores, que insatisfeitos e conscientes dos problemas ambientais e sociais promovidos pelo uso de agrotóxicos, exigem cada vez mais alimentos fabricados e armazenados sem agrotóxicos, promovem dessa forma a valoração das culturas orgânicas.
O lado negativo da agricultura orgânica é que o cultivo acontece de forma primitiva, isso compromete a produção, pois não atende a demanda para a população mundial, encarecendo os produtos. Há também a questão do controle da qualidade dos adubos orgânicos usados na cultura de verduras. Eles podem conter bactérias potencialmente prejudiciais, por isso com os vegetais é necessária uma desinfecção rigorosa; já os alimentos produzidos por hidroponia podem conter metais em níveis acima dos ideais.
    
Organismos Geneticamente Modificados (OGM)
A maioria dos alimentos da nossa dieta alimentar sofreu algum tipo de manipulação genética. A procura pelo melhoramento de sementes não é um processo tão recente. Na antiguidade os agricultores já buscavam encontrar soluções para obter sementes das melhores plantas, buscando um aumento na produtividade. Atualmente existem as modificações genéticas a partir da manipulação no DNA e posterior introdução desse DNA manipulado no genoma vegetal, resultando em sementes transgênicas. Essas modificações não ocorrem sob condições naturais.
Esse recurso é feito pela transferência de genes que permite resistência a herbicidas, vírus, fungos, bactérias e insetos ou melhoram a qualidade dos alimentos, sob o ponto de vista nutricional. A fitorremediação é uma tecnologia que também pode ser utilizado na indústria farmacêutica, para produzir anticorpos e vacinas. Todos esses argumentos são usados como fator positivo na produção desses organismos, especialmente no que diz respeito à resistência aos herbicidas, por isso a agricultura faz uso intensivo desses compostos. Opiniões contrárias, que apontam os aspectos negativos, dizem respeito às consequências do uso das toxinas por afetarem as populações de insetos não-alvos. Isto ocorre devido ao pólen de plantas geneticamente modificadas serem detectados a vários quilômetros de distância de sua origem. Isso dificultaria a manutenção de culturas livres de transgênicos como também aos genes marcadores, responsáveis pela resistência a antibióticos e poderiam ser transferidos para bactérias.
Estudiosos afirmam que há transgênicos bons e ruins, sendo assim é necessário que cada um deles possa ser analisado quanto às suas vantagens, às suas desvantagens e à sua contribuição para a qualidade de vida no planeta. Porém a sociedade só estará apta a decidir sobre seus usos se estiver suficientemente informada sobre o que significa essa tecnologia para a população e para o meio ambiente.

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