Características do sócio-ecossistemas urbano

Temática: Recursos hídricos 

Nessa aula apresentaremos aspectos da gestão não sustentável dos recursos hídricos no meio urbano. A atual situação dos recursos hídricos é preocupante, cerca de 26 países enfrentam problemas com a escassez de água. Previsões sombrias dizem que esse recurso natural poderá ser causa de muitas guerras no século XXI. As causas que poderiam levar a essa situação, estariam relacionadas com a explosão demográfica, o consumo irresponsável, poluição, uso doméstico, industrial e agrícola da água, o uso indevido do solo e o desmatamento, poderia causar à supervalorização da água devido a sua escassez, o que poderia gerar sangrentos conflitos entre os países.
   
Recurso natural: Água

A água é o recurso natural vital para a vida. Na sociedade contemporânea, com a explosão demográfica – no início desse século a população mundial chegou a aproximadamente 80 bilhões de habitantes – houve também o aumento do consumo e da exploração irresponsável desse recurso. Anteriormente a água era pensada como um recurso abundante e renovável, e por isso era utilizada como fonte de despejo de resíduos e consumida com desperdício, atualmente após a constatação de que a água também pode se um recurso finito há uma preocupação por uma gestão sustentável.
Algumas das intervenções humanas apontadas como responsáveis pela gestão não sustentável da água são: as construções de barragens, pois elas alteram o curso das águas dos rios; o bombeamento de águas do lençol subterrâneo através de poços artesianos, que podem resultar no esgotamento do potencial de água disponível, dentre outras.
Buscando uma gestão sustentável o governo brasileiro criou a Lei 9.433/97 que trata da Política Nacional de Recursos Hídricos por ocasião da assinatura da Agenda 21, instituindo o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, cujo objetivo é “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”. O gerenciamento das águas envolve diversos e conflitantes interesses, por isso é necessário integrar as comunidades nas ações, assim como democratizar as informações sobre as questões que envolvem o uso e o consumo racional da água, formando consciências críticas sobre a atual problemática ambiental.
Tal formação de consciência envolve uma compreensão profunda sobre o meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações em um contexto no qual se encontram aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos. Nessa perspectiva tanto a comunidade quanto as autoridades locais poderão contribuir para a efetivação de ações com o objetivo de resolver problemas e buscar soluções.
    
Uso de água nas grandes cidades

O uso das bacias hidrográficas tem uma relação importante com a ocupação urbana. Devido a alta concentração populacional, há mais consumo, mais esgotos domésticos e efluentes industriais, todas essas condições favorecem uma demanda maior por recursos hídricos. No espaço urbano a falta de saneamento é um problema grave que deve ser solucionado, pois, a sua inexistência pode transformar a água em um problema de saúde pública, especialmente nas áreas de baixa renda, onde há péssimas condições de moradia e áreas que sofrem com as inundações e as frequentes enchentes.
A localização dos depósitos de lixo também são outro aspecto importante que deve ser levado em conta para um gerenciamento sustentável da água, pois os depósitos a céu aberto tendem a contaminar o lençol freático, comprometendo a qualidade de vida.
   
Uso da água na agricultura

A agricultura é responsável pelo uso e desperdício de grande volume da água. O desperdiço maior ocorre quando a irrigação é realizada de maneira ineficiente, pois grandes quantidades de água são perdidas pelo processo de evaporação, a consequência disto é a salinização do solo.
   






Vimos que a escassez e o desperdício desse recurso natural poderá ser fonte de muitos problemas aos seres humanos e ao meio ambiente, caso não seja criado uma política nacional para sua gestão.

Temática: O lixo e os aspectos que envolvem o sucesso das propostas de reciclagem.

Lixo

Atualmente o volume de lixo produzido é um dos maiores problemas urbanos da atualidade, consequência do desenvolvimento acelerado das cidades.
No Brasil, são enterradas diariamente toneladas de lixo. Pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes) mostram que 59% das cidades não possuem destino final para o lixo. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), concluiu que o destino do lixo no país é ficar a céu aberto em 76% dos casos, contribuindo para a degradação ambiental.
A solução para este problema depende de vários fatores, como por exemplo, a reeducação das pessoas, no sentido de incentivar a separação do material que irão descartar. Porém não adianta estimular a população a fazer a seleção de seu lixo, se não for implementada uma estrutura para o recolhimento e encaminhamento desses resíduos que foi primariamente separado. Incentivar contribuições voluntárias e aumentar o número de postos de coleta seletiva como também incentivar a reciclagem e a redução da quantidade de lixo, pode ser uma saída para diminuir a quantidade de lixo produzido, que representa uma economia dos recursos naturais e energéticos. Para solucionar o problema do lixo deve haver uma cooperação entre governos, as indústrias e os consumidores. As alternativas propostas para essa situação envolvem os cidadãos e ações governamentais. Os cidadãos como consumidores podem reduzir o consumo e reutilizar, por exemplo, as embalagens. Quanto às ações governamentais, poderiam criar e estabelecer programas educativos e metas nacionais para a reciclagem.
     
Como organizar uma coleta seletiva de lixo



Organizar uma coleta seletiva de lixo exige educação e consciência sobre a importância dessa atitude tanto para a comunidade quanto para o bem estar das pessoas. Um exemplo é a criação de um projeto para divulgar os benefícios da coleta seletiva de lixo, que envolva toda uma comunidade. Professores, empresários, políticos, donas de casa, cidadãos locais, dentre outros, podem contribuir promovendo eventos, publicações, etc. divulgando os efeitos benéficos da coleta seletiva do lixo. Promover reuniões, seminários, debates com autoridades locais, nas escolas e associações de bairro, apresentando programas que foram ou são bem sucedidos; promover visitas a centros de reciclagem e de indústrias que utilizem esses materiais; organizar atividades em escolas, - feiras de reciclagem, jogos e concursos de redações, fotografias e desenhos sobre o tema, são exemplos para concretizar ações para a coleta seletiva do lixo.

Temática: Poluição



O que é poluição?
A palavra poluição tem sua origem no latim pollutione que significa ‘sujar’. Atualmente esse termo extrapola seu significado original para designar toda alteração indesejável nas características biológicas, físicas, ou químicas do solo, ar, e da água. Essas modificações tendem a afetar prejudicialmente a qualidade da vida humana e das demais espécies, coloca em risco a saúde, o patrimônio natural e cultural por deteriorar as matérias-primas, dentre outros.
   
Classificação da poluição
Classifica-se a poluição de acordo com o ambiente e os poluentes. Há dois tipos básicos de poluentes, os não degradáveis e os biodegradáveis. Os poluentes não degradáveis são os produtos e substâncias que se degradam muito lentamente no ambiente natural ou não. Exemplos desses materiais são: os sais de mercúrio, embalagens de plástico e de alumínio, o DDT, entre outros. Esses poluentes além de terem um efeito acumulativo são também amplificados biologicamente, isto ocorre quando se deslocam nos ciclos biogeoquímicos e ao longo das cadeias alimentares, combinando-se frequentemente no ambiente com outros compostos produzem toxinas adicionais.
Os poluentes biodegradáveis são aqueles que podem ser rapidamente decompostos por processos naturais por uma combinação de tratamentos mecânicos e biológicos em estações de tratamento, ou de depuração de resíduos. Os problemas com esse tipo de poluição ocorrem quando a entrada no ambiente excede a capacidade de decomposição, um exemplo dessa situação é o esgoto doméstico.
    
Controle dos resíduos
A população urbana concentra seus resíduos (lixos) próximos aos rios, utilizando-os como esgotos, entendendo que não terão custo algum, entretanto, essa opção tornou-se insustentável, gerando grande quantidade de resíduo. A opção para o controle de resíduos está no uso de aterros sanitários terraplanados. Quando concebidos de maneira correta e funcionando eficazmente para a eliminação de resíduos sólidos, é uma forma sustentável para distribuição e controle.
   
Pesquisadores apontam três comportamentos adotados no tratamento dos materiais residuais, são eles:
·         Os materiais residuais são lançados sem tratamento no ambiente apropriado mais próximo; ou seja, no ar, no solo, em poços, nos rios, nos lagos, ou no oceano;
·         Os materiais são depositados e tratados em uma área - ecossistemas seminaturais -, construída de tratamento de resíduos - lagoas de oxidação, florestas irrigadas por aspersão ou aterros sanitários. Esses ecossistemas semiartificiais fazem a maior parte do trabalho da decomposição e da reciclagem;
·         Os materiais são tratados em sistemas artificiais de regeneração químico-mecânica.
   
Indústrias e municípios, que buscam uma gestão sustentável, devem investir em formas de tratamento de resíduos degradáveis e em depósitos de resíduos venenosos - resíduos radioativos, ácidos, etc.-, para que eles não entrem em contato com o ambiente geral.

Temática: Poluição do ar
   


Os poluentes emitidos no ar sem tratamento são responsáveis pelas concentrações de poluentes que se formam sobre as grandes cidades, durante as inversões de temperatura. Esse fenômeno ocorre quando o ar retido sob a camada superior quente impede o movimento de ascensão dos poluentes. Essas concentrações de poluentes reagem no ambiente produzindo uma poluição adicional que quando combinados, tendem a dar origem a novas e muitas vezes mais tóxicas substâncias, conhecidas por ‘smog fotoquímico’. Essas substâncias secundárias provocam problemas aos seres humanos e são também extremamente tóxicas para as plantas. O ozônio aumenta a respiração das folhas, a planta morre por esgotamento de reservas alimentares. Outros poluentes fotoquímicos, classificados no grupo de hidrocarbonetos aromáticos polinucleares (PAH), são reconhecidos como cancerígenos.
Outro fenômeno perigoso para a saúde humana que ocorre com a emissão de poluentes no ar, é quando o SO2 é absorvido por partículas poluentes como pó, cinzas, etc., e entram em contato com o interior dos nossos pulmões, ou com gotículas de umidade e se transforma em ácido sulfúrico.
   
O custo da poluição
O custo da poluição mede-se de três formas. Todas mostram uma carga terrível e crescente de intolerância para a sociedade humana:
a) A perda de recursos através de uma exploração irresponsável e desnecessária;
b) O custo da redução e do controle da poluição com o tratamento dos esgotos e dos resíduos sólidos (lixo); da redução dos resíduos tóxicos, emitidos pelos automóveis;
c) O custo para a saúde humana.

A relação perigosa entre a poluição ambiental e a saúde humana, é uma preocupação de cientistas que apontam para o aumento das doenças infecciosas, para a redução na resistência do corpo, pelo aparecimento de viroses, dentre outros organismos patogênicos. Essa situação demonstra a necessidade de uma gestão sustentável no tratamento dos resíduos poluentes.

Temática: População

Nessa aula definiremos e caracterizaremos população e quais aspectos interferem ou favorecem seu sucesso no meio ambiente.

O termo população, em ecologia, foi originalmente criado para designar grupos de pessoas. Posteriormente ele foi ampliado para incluir os grupos de indivíduos de quaisquer espécies que dividem o mesmo habitat. Assim foi também com o termo comunidade que no sentido ecológico inclui todas as populações que ocupam uma determinada área.
O estudo sobre as populações humanas leva em consideração as características próprias das populações exclusivas dos grupos, e não dos indivíduos, tais características se referem a densidade, as taxas de natalidade e de mortalidade; as relações de interdependência; a distribuição etária; o potencial biótico e dispersão. Além das citadas há também as características genéticas como a adaptação e habilidade reprodutiva.
O interesse no estudo das populações humanas justifica-se por entender que através dele pode-se obter um conhecimento maior sobre o comportamento bastante homogêneo que as populações apresentam de região para região; isto significa incluir nesses estudos o componente cultural, partindo do princípio de que esse comportamento é condicionado social e culturalmente.
Nesses estudos constam que as intervenções humanas na natureza não tem limites físicos ou condicionantes regionais insuperáveis e que não avaliar os impactos causados pelas suas atividades, permite que a capacidade de alteração da natureza promova uma série de problemas inesperados e muitas vezes superiores aos benefícios gerados. A avaliação da degradação do ambiente e da produção de produtos em larga escala, gerados pelas atividades econômicas, demonstra que tais comportamentos provocaram alterações rápidas e bruscas nos ecossistemas, além disso, está levando os seres humanos a uma situação preocupante para o seu desenvolvimento, devido aos atuais problemas de superpovoamento e poluição, que alteram a natureza, mas não alteram as leis naturais.

Temática: Superpopulação

Nessa aula aprenderemos sobre os danos causados ao meio ambiente pela superpopulação humana.
O planeta vive as consequências da superpopulação. Pesquisas realizadas sobre os efeitos e a reação da natureza quando há explosões populacionais, por exemplos de pragas de gafanhotos, praga de coelhos, praga de ratos dentre outras, mostraram que surgem fenômenos biológicos significantes para conter essa situação. Esses fenômenos podem ser de várias formas como, por exemplo, o controle que é realizado pelo surgimento de alguma doença fatal epidêmica.
A superpopulação humana está em explosão demográfica desde a revolução industrial que começou na Inglaterra no século XVII por volta de 1650, e esse fenômeno é preocupante pois sem dúvidas há consequências perigosas.
    
Consequências do aumento populacional
Uma das consequências mais citadas do aumento contínuo da população humana é a escassez de alimentos. Entretanto estudos atuais constataram que atualmente os alimentos estão mal distribuídos mundialmente, já que nos países considerados desenvolvidos existe um grande problema de saúde devido ao excesso de alimentação, surgem assim problemas de obesidade e cardiovasculares.
   
Superpopulação e poluição
O aumento da população e do modelo de desenvolvimento econômico adotado por diversos países aumenta a poluição produzida, isso é constatado quando se analisa a relação existente entre o consumo da população e os problemas ambientais. Deduz-se daí que a tendência é piorar, pois com uma população ainda maior haverá uma produção maior de desperdícios e de degradação de muitos ecossistemas. A superpopulação é um grave problema para a propagação de epidemias. Na atual sociedade globalizada, com o avanço dos meios de transporte, o contato entre indivíduos se faz em todos os pontos do mundo.
Outro fato preocupante é o surgimento de populações habitando áreas perigosas do planeta que são susceptíveis a catástrofes.
   
Alternativas para conter o aumento populacional
Para tentar conter o elevado aumento populacional é necessário implementar projetos para o planejamento familiar e saúde reprodutiva.
Ações planejadas para difundir informações sobre planejamento familiar e aumentar as alternativas de métodos anticoncepcionais; sensibilizar o público sobre os meios existentes para regular a fertilidade, sobre a importância da responsabilidade e da segurança na prática de relações sexuais como também da localização desses serviços, são maneiras de conter o aumento populacional. Ações sócio-educativas também devem ser estimuladas como, por exem-plo, aumentar a escolaridade de jovens e adultos. Projetos para geração de renda para melhorar a situação, econômica, social e jurídica de jovens e de mulheres, permitindo-lhes uma atuação efetiva nas decisões relativas aos aspectos reprodutivos e produtivos de famílias.

Temática: Planejamento familiar
Nessa aula veremos como o planejamento familiar poderá auxiliar no controle da superpopulação humana.
  
Entende-se por planejamento familiar um conjunto de ações cujo objetivo e contribuir para a saúde da mulher e da criança; permitir que mulheres e homens possam escolher quando querem ter um filho e o número de filhos que desejam ter. Esse controle é realizado por meio de métodos contraceptivos que permitem evitar, por exemplo, uma gravidez indesejada. Exemplos de métodos contraceptivos são as pílulas, os preservativos, o dispositivo intra-uterino (DIU), o diafragma e os espermicidas. O aborto como método de interrupção voluntária da gravidez ainda causa muita polêmica, especialmente no Brasil, porém há países que fornecem o acesso à interrupção voluntária da gravidez (IVG) como recurso, entendendo que os métodos contraceptivos não são 100% seguros.
A partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada no ano de 1948, a comunidade internacional, vem promovendo uma série de convenções, buscando estabelecer estatutos comuns de cooperação mútua e adotar mecanismos para o controle da natalidade que garantam direitos considerados básicos para uma vida digna. No ano de 1994 aconteceu a Conferência Internacional da ONU sobre população e desenvolvimento (CIPD), que foi realizada no Cairo. Essa conferência estabeleceu um papel primordial à saúde, aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos, focalizando o desenvolvimento humano, ultrapassando os objetivos puramente demográficos.
Porém não é somente os documentos internacionais que tratam especificamente do planejamento familiar, a Constituição Federal do Brasil estabelece o papel do estado sobre esta questão, no Capitulo VII, artigo 226, parágrafo sétimo, diz:
Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
   
Já a Lei n.º 9.263, sancionada em 12 de Janeiro de 1996, regulamenta o planejamento familiar no Brasil e estabelece em seu artigo segundo:

Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direito igual de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. 
Como se pode observar, existem leis e recomendações nacionais e internacionais que tratam do controle e planejamento familiar, porém não se deve esquecer da importância do acesso à informação sobre todos os métodos e técnicas para concepção e anticoncepção, cientificamente aceitos, para que não se coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas.


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