A maioria das plantas fixas no solo possui raízes micorrizadas. Furlani
(2004) relata que, de maneira geral, 83% das dicotiledôneas, 79% das
monocotiledôneas e todas as gimnospermas são micorrizadas.
Em alguns tipos de solos, como secos, salinos, inundados, altamente
férteis ou destruídos pela exploração mineral não possuem micorrizas.
Para Furlani (2004), o fungo é totalmente dependente da planta superior,
mas a planta pode ou não ser beneficiada. Como um exemplo, as orquídeas são
dependentes das micorrizas para o início do desenvolvimento das plântulas
recém-germinadas.
As associações entre plantas e micorrizas podem ser mútuas, neutras ou parasitas.
Em geral, a planta hospedeira tem controle limitado sobre o grau de infecção
radicular, o crescimento e a competição do fungo por carboidratos.
Existem dois grandes grupos de micorrizas definidos pelo modo como o
micélio do fungo se relaciona com a estrutura das raízes: as endomicorrizas e
as ectomicorrizas (FURLANI, 2004).
Nas endomicorrizas o fungo vive dentro das células
corticais e cresce também entre as células. As
endomicorrizas mais conhecidas são as micorrizas vesículo-arbusculares,
as micorrizas ericóides (que ocorrem nas plantas da Ordem
Ericales) e as micorrizas orquidáceas (que ocorrem nas
orquídeas).
As micorrizas vesículo-arbusculares se caracterizam
pela formação de arbúsculos dentro das células do córtex e por um micélio que
se estende bem para fora no solo em torno do sistema radicular. O ponto de
troca de solutos entre a planta e o fungo ocorre nos arbúsculos. Os fungos que
mais ocorrem nesse tipo de micorrizas são os dos gêneros Acaulaspora, Gigaspora, Glomus e Sclerocystis.
Nas ectomicorrizas há formação de uma manta de hifas em
volta da superfície externa das raízes e hifas que penetram os espaços
intercelulares do córtex, formando uma rede de micélio que envolve totalmente
as células do córtex, aumentando consideravelmente a área de contato entre o
fungo e a planta.
A ocorrência das ectomicorrizas se dá principalmente
nas raízes das espécies florestais e pode também ocorrer em espécies de plantas
herbáceas ou de gramíneas perenes. Os Basidiomicetos e os Ascomicetos foram
as ectomicorrizas.
Mas como as micorrizas ajudam as plantas na nutrição mineral?
O suprimento de nutrientes minerais das micorrizas para as plantas é
adicional e é feito principalmente, pelos nutrientes que possuem baixa
mobilidade na solução do solo, como por exemplo, o fósforo. Os fungos conseguem
capturar fósforo do solo para a planta hospedeira de distâncias bem maiores do
que a área das raízes da planta.
Os efeitos da
infecção micorrízica no desenvolvimento do hospedeiro podem ser mínimos ou
nulos, quando sob elevados níveis de adubação.
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